Amazonas reage duas vezes e arranca empate contra o Goiás
Goiás desperdiça pênalti e mantém liderança sob pressão crescente
A abertura do returno da Série B 2025 não aliviou o drama nem para quem lidera, tampouco para quem amarga a lanterna. Na Arena da Amazônia, em Manaus, Amazonas e Goiás empataram por 2 a 2, em partida que alternou controle tático e caos emocional. Com o resultado, o Goiás retomou a liderança — tem 38 pontos, mesma pontuação do Coritiba, mas vantagem no saldo de gols. O Amazonas, por sua vez, alcança 20 pontos e segue na 20ª posição, ainda sem perspectiva de sair do Z-4 a curto prazo. A noite teve pênalti perdido, VAR acionado e um roteiro que resumiu com precisão a temporada de ambos: competitiva, mas irregular.
Tecnicamente, o jogo foi partido em duas metades distintas. No primeiro tempo, o Goiás se impôs com mais posse e maior volume ofensivo pelos flancos. Moraes abriu o placar aos 10 minutos e Anselmo Ramon, em lance fortuito, recolocou os visitantes à frente ainda antes do intervalo. Mas o Amazonas respondeu com eficiência, sobretudo explorando a transição pela direita com Zabala. Kevin Ramírez empatou logo após o primeiro gol goiano, e Joaquín Torres, incisivo pela esquerda, fez o segundo na etapa final. O pênalti desperdiçado por Tadeu, goleiro do Goiás, aos 25 minutos — uma cobrança telegrafada defendida por Renan — simbolizou a desconexão entre superioridade técnica e efetividade no placar.
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O empate serve de termômetro para as duas campanhas. O Goiás, embora líder, não vence há três rodadas e parece sofrer com a ausência de soluções criativas quando confrontado com defesas compactas. Vagner Mancini insiste no 4-3-3, mas falta infiltração pelo centro e precisão nas últimas escolhas. O Amazonas, por sua vez, mostra evolução coletiva sob Márcio Zanardi, mas convive com limitações no elenco e na finalização. A entrada de Torres no intervalo mudou a dinâmica ofensiva, mas o time segue frágil defensivamente — foram 30 gols sofridos em 20 rodadas, a pior marca da competição.
A leitura possível, a esta altura do campeonato, é que Goiás e Amazonas vivem extremos distintos do mesmo dilema: o campeonato não perdoa quem administra vantagem nem quem joga no desespero. O Goiás precisa reencontrar a consistência de maio, quando chegou a vencer quatro seguidas. O Amazonas, se quiser evitar o rebaixamento, terá de converter combatividade em pontos, sobretudo em casa. O empate, apesar de frustrante para ambos, foi justo. E como se diz em noites quentes do Norte, quem não faz sua parte "morre na beira do igarapé".
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