Flamengo erra muito mas Rossi brilha e time avança nos pênaltis
Atuação irregular expõe falhas coletivas enquanto goleiro vira herói em La Plata
O Flamengo sobreviveu em La Plata e está na semifinal da Libertadores. Mesmo derrotado por 1 a 0 no tempo normal, com gol de Benedetti, o Rubro-Negro assegurou a classificação ao vencer o Estudiantes nos pênaltis por 4 a 2. O goleiro Rossi, alvo de críticas pelo gol sofrido, se redimiu ao defender duas cobranças e transformar um jogo de baixa qualidade em noite de redenção pessoal. Foi uma classificação dramática, mas que também deixou sinais de alerta para a sequência.
A análise fria expõe uma equipe desorganizada. O Flamengo sofreu com a pressão alta do Estudiantes, acumulou erros na saída de bola e falhou na ocupação de espaços entre as linhas. O quarteto ofensivo, formado para ser solução, raramente dialogou. A posse foi inócua, as transições lentas, e o sistema defensivo se mostrou vulnerável nas costas dos laterais. Filipe Luís buscou corrigir ao ajustar o meio-campo, mas a fragilidade estrutural persistiu. O brilho individual de Rossi nas penalidades mascarou uma atuação coletiva abaixo da estatura do elenco.
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As consequências ultrapassam a celebração da vaga. O Flamengo chega à semifinal, contra o Racing, pressionado a responder dentro de campo. A classificação mantém viva a busca pelo tricampeonato nesta década, mas reforça a necessidade de ajustes imediatos. O torcedor se divide entre a euforia da sobrevivência e a desconfiança de que o desempenho recente não sustenta ambições maiores. Em um calendário comprimido de 2025, qualquer vacilo pode custar caro, sobretudo diante de adversários que não perdoam a instabilidade.
O triunfo nos pênaltis tem valor simbólico, mas não deve servir de cortina de fumaça. O Flamengo é mais forte que o Estudiantes e tinha condições de evitar o drama. Se depender apenas de lampejos individuais, a campanha corre risco de terminar antes da decisão. A vitória de Rossi foi, em certo sentido, também a derrota do coletivo. Cabe ao clube entender que heróis ocasionais não podem substituir um projeto de jogo consistente. Sem isso, a semifinal contra o Racing deixará de ser oportunidade e passará a ser sentença.
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