Matheuzinho perde espaço no Vitória e vê protagonismo ruir em silêncio
Meia amarga seis meses sem gols e enfrenta queda brusca de prestígio interno
A trajetória recente de Matheuzinho no Vitória é um retrato das viradas abruptas que o futebol costuma impor. Depois de um 2024 exuberante, com seis gols e dez assistências, o meia vive um 2025 de ostracismo técnico e físico. São 20 partidas sem participação direta em gols e, pela primeira vez em quase dois anos, passou um jogo inteiro no banco, diante do Vasco. O camisa 10, antes motor criativo da equipe, perdeu ritmo, confiança e a condição de titular justo no momento em que o Rubro-Negro mais busca estabilidade sob Jair Ventura.
O declínio, embora progressivo, tem explicação concreta. Matheuzinho iniciou a temporada lesionado, acumulou recorrências musculares e chegou a atuar no sacrifício na final do Campeonato Baiano. A sucessão de lesões reduziu sua intensidade e afetou a fluidez das transições ofensivas, setor em que sempre foi determinante. O sistema de Jair Ventura, mais vertical e dependente da recomposição imediata, cobra atributos físicos que o meia não tem entregado. Assim, Romarinho e Osvaldo ganharam minutos, enquanto o camisa 10 assiste à distância a um meio-campo que funciona sem ele.
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O impacto ultrapassa o campo individual. O Vitória perde uma referência técnica que, em boa fase, potencializava o jogo entrelinhas e aliviava a pressão sobre o ataque. A seca de participações ofensivas simboliza também a dificuldade do clube em manter continuidade de projetos e estabilidade de elenco. Matheuzinho foi, até julho, promovido a ícone simbólico com a camisa 10, mas o status não resistiu ao pragmatismo de Jair, que valoriza meritocracia e desempenho imediato. O clássico contra o Bahia, após a pausa da Data Fifa, surge como divisor de águas entre recomeço ou esquecimento.
No fundo, a crise de Matheuzinho é também a do Vitória que busca identidade. O talento do meia continua evidente, mas isolado em um contexto tático que pouco o favorece. Resta saber se o jogador terá força para converter a adversidade em reinvenção, algo que separa carreiras passageiras de trajetórias marcantes. A torcida reconhece sua importância recente, mas o futebol, impiedoso em seu calendário e memória curta, raramente concede muito tempo aos que hesitam em reagir.
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