Vila Nova sobrevive com um a menos e frustra o América-MG
Empate em Belo Horizonte amplia jejum goiano e interrompe sequência mineira positiva
O Vila Nova transformou a adversidade em trinchera e extraiu do sofrimento um ponto que vale mais pela resistência do que pelo desempenho. Em noite de equilíbrio tenso no Independência, o time goiano empatou por 1 a 1 com o América-MG, em duelo válido pela 31ª rodada da Série B. João Vieira abriu o placar em cobrança de pênalti ainda no primeiro tempo, e Felipe Amaral igualou para o Coelho logo após o intervalo. A expulsão de Walisson Maia, aos 15 minutos da etapa final, obrigou o Tigre a jogar quase meia hora em inferioridade numérica, resistindo ao volume ofensivo americano até o apito final.
O jogo revelou contrastes nítidos entre proposta e execução. O América, com 61% de posse e 17 finalizações, teve o controle territorial, mas padeceu de imprecisão e escolhas equivocadas no terço final. Titi Ortiz até ensaiou a função de articulador, porém o time mineiro mostrou-se refém da lentidão de transição e da previsibilidade nos cruzamentos. O Vila Nova, por sua vez, adotou bloco baixo, compactando linhas e explorando saídas diretas com João Vieira e Igor Henrique. A estratégia, embora rudimentar, foi eficiente até a expulsão, quando o sistema passou a depender de coberturas heroicas de Ralf e da boa leitura do goleiro Halls.
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O empate interrompe a breve reação americana, que vinha de duas vitórias consecutivas e poderia alcançar a metade superior da tabela. Com 37 pontos, o time de Alberto Valentim segue em 14º e ainda distante da estabilidade que o torcedor esperava. O Vila Nova, por sua vez, chega a 40 pontos e ocupa a 12ª colocação, mas acumula nove jogos sem vencer, sequência que transforma cada rodada em exame de sobrevivência. O confronto direto contra o Amazonas, no próximo domingo, assume caráter decisivo para evitar que a zona de risco volte a rondar o OBA.
Em perspectiva, o América desperdiçou uma oportunidade clara de consolidar evolução técnica e emocional. O time produz, mas carece de contundência; domina, mas não define. O Vila, ao contrário, sobrevive pelo instinto, e há mérito nisso. Num campeonato que pune erros e premia disciplina, empatar fora de casa com um a menos é, paradoxalmente, vitória moral. Mas a Série B de 2025 não é terreno para moralismo: é campo de números. E, se o Vila não reencontrar o caminho das vitórias, a bravura desta noite será lembrada apenas como resistência sem recompensa.
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