Vitória expõe fragilidades coletivas e encerra ciclo curto de Carille
Time baiano sofre goleada humilhante e mergulha novamente em crise estrutural
O massacre sofrido pelo Vitória diante do Flamengo, um 8 a 0 que entra para os anais do Campeonato Brasileiro, selou de forma abrupta a passagem de Fábio Carille no comando rubro-negro. Foram apenas 48 dias de trabalho, nove jogos e uma sequência de resultados que transformaram a esperança de reação em frustração acumulada. O time que ele assumiu fora da zona de rebaixamento agora retorna ao Z-4, com a pior defesa recente da competição e o peso simbólico de sua derrota mais constrangedora neste século.
Tecnicamente, o projeto naufragou pela raiz. A defesa, já frágil, tornou-se vulnerável em proporções alarmantes, sobretudo na bola aérea, onde sucessivos gols expuseram falhas de posicionamento e coordenação. Carille, especialista em sistemas reativos, não conseguiu estruturar um bloco compacto, tampouco explorou alternativas ofensivas além da previsibilidade. A insistência em peças em má fase, como Lucas Braga, e improvisos forçados na lateral direita revelaram mais desespero do que convicção. O resultado foi um time incapaz de competir nos minutos decisivos, acumulando gols sofridos no apagar das luzes, sintoma clássico de desorganização e queda mental.
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As consequências são graves e imediatas. A demissão de Carille reabre um ciclo de incerteza no Barradão, com o interino Rodrigo Chagas chamado às pressas para tentar estancar a sangria. O elenco, já limitado, encara agora o desafio psicológico de reagir após um vexame nacionalmente repercutido. A diretoria, por sua vez, volta ao mercado em situação desconfortável, pressionada por torcida e contexto, com pouco tempo para uma escolha estratégica. O campeonato não oferece respiro: enfrentar Atlético-MG no domingo significa entrar em campo ainda sob escombros.
A leitura crítica não permite suavizações. O Vitória não caiu apenas por equívocos táticos de Carille, mas por um projeto esportivo que insiste em soluções paliativas. A alternância entre treinadores, a falta de reforços pontuais e a repetição de erros administrativos criam uma espiral que nenhum esquema resiste. A goleada sofrida no Maracanã é sintoma, não causa. Se o clube não revisitar suas escolhas estruturais, pouco adiantará trocar nomes no comando. A reconstrução precisa ser mais profunda que a busca por um novo treinador. O torcedor, cansado de remendos, sabe disso melhor do que ninguém.
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