A reação do mercado financeiro brasileiro ganhou contornos eleitorais nesta sexta-feira (5). O Ibovespa, que chegou a tocar 165 mil pontos pela manhã, inverteu o sinal e desabou para a faixa dos 161 mil pontos após a publicação de uma notícia afirmando que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pretende lançar o filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), como candidato à Presidência em 2026.

Às 13h57, o principal índice da Bolsa operava em queda de 1,98%, a 161.198 pontos, com o movimento negativo se acelerando por volta das 12h45 exatamente no momento em que o portal Metrópoles divulgou a informação.

A leitura do mercado foi imediata e negativa. Profissionais de três casas financeiras ouvidos pela Reuters afirmaram que a possibilidade de Flávio Bolsonaro liderar a chapa da direita gerou um salto na percepção de risco político, refletindo incertezas sobre o direcionamento econômico de um eventual governo alinhado ao bolsonarismo.

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Com isso, o dólar passou a registrar alta firme frente ao real, enquanto as taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) dispararam mais de 20 pontos-base, em um movimento clássico de aversão a risco e realocação de posições.

A deterioração ocorre em meio ao vácuo de liderança no campo bolsonarista desde que Jair Bolsonaro foi declarado inelegível pelo TSE e preso após ser condenado por tentativa de golpe de Estado. Investidores acompanham de perto a disputa interna sobre quem assumirá o protagonismo da direita na corrida eleitoral.

Entre agentes financeiros, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), era visto como nome preferencial considerado mais moderado e previsível em termos de política econômica. A eventual candidatura de Flávio, no entanto, reabre um cenário de incerteza, reacendendo temores sobre volatilidade política no período pré-eleitoral.