O influenciador religioso Victor de Paula Gonçalves, de 27 anos, conhecido como Victor Bonato nas redes sociais, foi preso após ser denunciado por três vítimas que alegam terem sido estupradas, agredidas e violentadas sexualmente mediante fraude. De acordo com o Uol, um mandado de prisão temporária foi decretado e cumprido no dia 20 de setembro, a pedido do Ministério Público e da Polícia Civil de São Paulo, que temiam que Bonato fugisse. Victor foi detido em Cesário Langer, interior do estado.

As três mulheres, que têm idades entre 19 e 24 anos, revelaram à polícia depoimentos parecidos sobre as violências que sofreram com Victor. O juiz Fabio Calheiros do Nascimento ressaltou que as três mulheres têm características físicas semelhantes, o que pode indicar um 'modo operandi' do coach evangélico.

Entre os relatos, a jovem de 19 anos contou que a relação com Victor envolveu violências física, sexual e psicológica, tudo em um intervalo de cinco dias. Depois do primeiro encontro, ele insistiu para sair novamente com ela e, durante o beijo, o coach forçou a vítima a colocar a mão em seu pênis. Ela pediu para que ele parasse, mas Victor fez de tudo para tirar a blusa dela.

Após as denúncias, o influenciador utilizou as redes sociais para dizer que havia cometido alguns pecados que estava arrependido. "Eu quero pedir perdão às meninas com quem eu falhei, que eu defraudei, que eu magoei e com quem eu não tive atitude de homem. Quero pedir perdão à família de cada uma delas. Espero que vocês possam me perdoar. E se vocês não conseguirem, eu também entendo", disse. No vídeo, o influencer também afirma ter "desagradado o coração de Deus" e diz estar "envergonhado e arrependido".

As duas advogadas de defesa de Victor também utilizaram as redes sociais do influenciador para compartilhar uma nota afirmando que irão comprovar a inocência de seu cliente. Graciele Queiroz, apontada na nota como especialista em "falsas acusações de abuso sexual", e Samara Batista Santos chamam de "alegações injustas" as denúncias contra Bonato. "Mantemos nossa crença na presunção de inocência e no compromisso com a busca da verdade. Trabalharemos para assegurar a justiça e contestar alegações injustas", diz a nota.

De acordo com o Metrópoles, a advogada Victor, Graciele Queiroz, também já fez a defesa do jogador do Botafogo de Ribeirão Preto, João Diego, suspeito de injuriar sexualmente uma jovem, com outros dois atletas, quando estavam em um hotel na capital carioca, em setembro de 2022.

De acordo com o jornal O Globo, após o caso vir à tona, a Galpão, comunidade evangélica que reúne centenas de jovens do Alphaville, bairro de elite de São Paulo, divulgou duas notas. Em uma delas, fala sobre o afastamento de Victor Bonato da congregação. "Viemos através deste comunicado, informar que Victor Gonçalves não faz mais parte do nosso movimento! Alguns acontecimentos ferem diretamente o que o Galpão acredita e segue, fere a palavra e está em desacordo com o que Jesus nos ensina. Por esse motivo ele foi afastado do Galpão. O Galpão preza pela verdade e responsabilidade com o evangelho, e acreditamos na necessidade de sermos transparentes em relação ao nosso ministério. Nós cremos em transformação, e oramos por isso. Estendemos o convite a todos, façam o mesmo! Nós amamos vocês, que Deus abençoe a todos", diz a nota. A igreja afirmou ainda que ficará fechada um tempo "para reformas" até que tudo seja esclarecido.

Victor continua preso por conta do mandado de prisão temporária e sua defesa já emitiu um pedido de revogação da prisão. "A alegação anunciada na mídia será contestada por meio de provas dentro do processo, em conformidade com o ordenamento jurídico", afirmou a advogada Samara Batista.