Polícia prende pedagoga de escola em que crianças eram amarradas com lençol

Brasil PRISÃO

Polícia prende pedagoga de escola em que crianças eram amarradas com lençol

Fernanda Carolina Rossi Serme, 37, foi presa na segunda, 25

Crédito: Divulgação

A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta segunda-feira (25) uma das proprietárias da Escola de Ensino Infantil Colmeia Mágica, localizada na zona leste paulistana. A pedagoga Fernanda Carolina Rossi Serme, 37, foi presa em Mogi das Cruzes, na região metropolitana de São Paulo.

Ela e a irmã, Roberta Regina Rossi Serme Coutinho da Silva, 40, que é diretora da Colmeia Mágica, são investigadas por maus-tratos e tortura contra crianças após vídeos de alunos amarrados com lençóis no banheiro da escola terem sido compartilhados nas redes sociais.

Segundo a polícia, a pedagoga se entregou sem resistir ao ser comunicada sobre o mandado de prisão preventiva decretado pela Justiça. Ela foi encaminhada para a cadeia pública de Itaquaquecetuba.

Os vídeos que mostram as crianças amarradas foram feitos com um celular. Após a repercussão das imagens, investigadores da Cerco (Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas), da 8ª Delegacia Seccional, cumpriram mandado de busca e apreensão na escola e apreenderam sete lençóis, supostamente usados para restringir o movimento das crianças, além dos celulares das responsáveis pela instituição de ensino.

As suspeitas, em depoimento na ocasião, negaram conhecimento sobre as situações vexatórias das crianças veiculadas na internet. À polícia, ambas reconheceram o banheiro como sendo da instituição de ensino. Cerca de 20 pessoas foram ouvidas, entre funcionários e pais de alunos.

Professoras e ex-professoras da Colmeia Mágica afirmaram à polícia, segundo registros da Promotoria, que crianças eram colocadas em bebês-conforto, dentro do banheiro, e amarradas com lençóis, quando choravam com insistência. Elas relatam que, para abafar o choro, por vezes eram colocados cobertores na cabeça dos bebês, e a porta era fechada.

A prática ocorria, ainda segundo funcionárias, por suposta orientação da direção da escola.

As suspeitas negam qualquer envolvimento ou conhecimento dos maus-tratos. O advogado André Dias afirmou à Folha, em março, que o colégio buscava descobrir quem fez as gravações e colocou as crianças naquela situação.

Em 2010, a diretora da Colmeia Mágica foi investigada pela morte de uma criança sob seus cuidados.

O advogado da escola confirmou o caso, acrescentando que ele foi arquivado. A Folha apurou que o processo, de fato, não tramita mais na Justiça. 

 

Comentários:

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Já Registrado? Acesse sua conta
Visitante
Sexta, 19 Abril 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.jornalfolhadoestado.com/