Será que você está revelando informações pessoais online em excesso?

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Será que você está revelando informações pessoais online em excesso?

Com o avanço da inteligência artificial nas mãos de golpistas, a tendência é a cibersegurança se tornar um desafio ainda maior.  

Foto: Joslyn Pickens/ Pexels

O mundo virtual reproduz muitas dinâmicas do mundo real, mas não corresponde totalmente a ele. Uma das implicações mais graves disso é que hábitos online aparentemente inocentes podem criar oportunidades para cibercriminosos – e de uma maneira que dificilmente aconteceria no mundo desconectado.

A possibilidade de identificar públicos específicos e seus interesses e direcionar mensagens personalizadas a custo baixo e de maneira automática é algo que permite profissionais ganharem escala com seus serviços online de modo impossível fora dele. Infelizmente, também é o que tanto potencializa crimes digitais: apenas para os dez dias que antecediam a Páscoa, a empresa antifraudes digitais ClearSale calculou em 50 mil as tentativas de golpes no comércio eletrônico no Brasil, por exemplo.

Com o avanço da inteligência artificial nas mãos de golpistas, a tendência é a cibersegurança se tornar um desafio ainda maior. Por isso, consumidores e cidadãos devem se conscientizar das pequenas coisas no mundo virtual que podem fazer muito por sua proteção.

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Pegada digital

O conceito de pegada digital não é novo, mas segue atual: é o "rastro" de informações deixado para trás na internet a cada interação. Tudo que acontece na internet fica registrado e, para diversas interações, nós expomos muitas informações de nossos dispositivos e de nossas vidas civis – e elas podem cair nas mãos erradas, eventualmente.

Dessa forma, alguns pessoais devem ser mantidos sem revelação na internet:

CPF: um dos dados mais sensíveis, pois além de ser o principal documento de identificação tem importância para fins tributários – necessário para a contratação de empréstimos, por exemplo.

Informações bancárias: devem ser mantidas em sigilo fora do mundo digital e dentro dele por motivos óbvios.

Data de nascimento: é um importante dado de identificação individual, especialmente quando cruzado com o CPF, nome ou endereço.

Endereço de casa: além de dado de identificação, sua divulgação abre margem para chantagens, ameaças e outras ameaças bem concretas.

Localização em tempo real: sua exposição para a pessoa errada pode levar a achaques dos mais variados níveis de gravidade.

Maus hábitos

Pode parecer óbvia a necessidade de manter o sigilo de algumas das informações acima. No entanto, os seguintes hábitos comuns em redes sociais têm potencial de revelá-las sem nem mesmo percebermos:

●Compartilhar planos de viagem

●Fazer check-in em restaurantes, academias e outros locais nas redes sociais

●Publicar marcos pessoais – como a compra de uma casa, a formatura de um filho, fotos na festa da casa de alguém que revelem contexto ou local, entre outros

Alguns desses dados podem ficar dispersos em perfis públicos nas redes sociais. Para esses casos, vale pensar que tudo que é curtido, compartilhado e comentado em plataformas virtuais públicas poderá ser visto por qualquer pessoa do mundo, a menos que o acesso seja restrito. Isso pode ser prejudicial não apenas para quem gera as interações, mas também para terceiros.

Outro contexto de exposição indevida de dados é nos ambientes que parecem controlados (grupos de WhatsApp ou Telegram) com membros mal-intencionados. Por fim, informar esses dados em sites de pouca confiança, como numa compra online, é outro exemplo do que não fazer.

Conheça os riscos

As ameaças virtuais mais comuns relacionadas ao compartilhamento de informações sensíveis online são:

Golpes de phishing: São fraudes nas quais os cibercriminosos induzem suas vítimas a compartilhar informações sensíveis, como número do cartão de crédito, senha e outros dados pessoais. Podem ser difíceis de detectar, disfarçadas de mensagens de órgãos públicos, serviços essenciais, marcas conhecidas de consumo e até e-mails de colegas de trabalho.

Golpes de engenharia social: manipular vítimas a revelar informações privadas ou sigilosas a partir de informações públicas suas.

Fraude financeira: A exploração de dados bancários ou de cartões de crédito por hackers.

Roubo de identidade: O uso de dados pessoais de uma vítima por malandros para fazer compras não autorizadas, abrir contas falsas em serviços virtuais ou públicos, aplicar golpes em terceiros e até contratar empréstimos.

Perseguição: ter os movimentos rastreados por alguém ("stalker"). Pode evoluir de chantagens virtuais para uma perseguição mais grave no mundo real.

Como se proteger

Usar VPN online

Primeiramente, o uso de uma VPN online pode ajudar a proteger a conexão ao postar nas redes sociais. Para além do compartilhamento criterioso de dados, há riscos como os ataques de phishing, que podem redirecionar o tráfego de internet para endereços arriscados ou para o download de um vírus.

Uma VPN limita o acesso de seus clientes a uma rede virtual privada, que é protegida de interceptações por terceiros com criptografia complexa. Também permite direcionar o tráfego por servidores seguros em diversas localizações, o que dificulta a identificação de geolocalização por cibercriminosos.

Esse tipo de ferramenta pode ser especialmente relevante para celulares e tablets, que concentram grandes quantidades de aplicativos e com os quais se faz a maior parte dos compartilhamentos de fotos, vídeos ou check-ins online. Também é eficaz ao acessar redes Wi-Fi públicas, bastante visadas por cibercriminosos, devido à alta rotatividade de vítimas em potencial.

Além dessa, outras duas medidas de cibersegurança são simples e fundamentais para reduzir a pegada digital.

Apagar contas antigas

Uma delas é fazer um levantamento de todas as contas de serviços digitais não utilizadas e apagar as antigas. Ao longo dos anos, acumulamos dezenas e até centenas de cadastros em sites e aplicativos.

Cada um deles reúne dados pessoais, de contato e até de pagamento e, por mais confiável que um serviço digital possa ser, ele eventualmente pode ter sua base de dados exposta num vazamento – e usada para cibercrimes. Portanto, apagar uma conta inútil ou inativa reduz marginalmente os riscos virtuais.

Dê atenção às configurações de privacidade

Outra medida simples e importante é personalizar as configurações de privacidade em redes sociais, aplicativos e navegadores. Todas essas ferramentas têm permissões de acesso a dados específicas que podem ser concedidas ou não pelos usuários. Quanto menos delas são coletadas e processadas, menor é a chance de vazamento ou comercialização para terceiros. 

 

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Sábado, 17 Mai 2025

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