O jornalista, escritor, cordelista e poeta, Franklin Machado, participou da gravação de um vídeo em homenagem ao aniversário de emancipação política de Feira de Santana, celebrado no dia 18 de setembro. O convite partiu da presidência da Câmara Municipal, que reuniu representantes de diversos segmentos culturais do município. Em entrevista ao Jornal Folha do Estado, Machado destacou a importância do gesto. 

"18 de setembro vai ser aniversário de emancipação de Feira de Santana, então fui convidado para compor os membros dos representantes do segmento cultural de Feira, acharam que eu tinha alguma importância então eu aceitei. Gostei muito do convite, porque a Câmara representa o povo de Feira. Não tenho o número exato de cordéis que já fiz, mas está em torno de 500. Dentre as histórias, a maioria retrata Feira de Santana, acontecimentos marcantes como a suposta visita de Ets ao município e o caso do Carro de Boi mal assombrado do Tomba, também quando Lampião veio a Feira de Santana disfarçado no rastro de Lucas da Feira, Vaquejada de sete peões para derrubar uma mineira, das terras de São Simões saíram os libertadores da Bahia, Maria Quitéria, enfim, é muita coisa". 

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Com uma vasta produção literária, o artista já escreveu cerca de 500 cordéis, muitos deles inspirados em episódios históricos e lendários de Feira de Santana. Ele ressaltou que sua motivação está no amor à Feira e não na busca por visibilidade pessoal. "Eu não faço isso para aparecer e sim porque sou um feirense e tenho amor a minha terra e estou exercendo a atividade que me propus na vida, que é escrever e contar as belezas. Nesse sentido, me sinto um homem realizado, também, em estar no convívio dos meus conterrâneos, sem besteira e sigo a filosofia de Cristo que diz, "os humilhados serão exaltados"", conta. 

Biografia 

Franklin Cerqueira Barreiros Machado, com nome artístico Franklin Maxado e ainda Machado do Norde, é um bacharel em direito, jornalista, historiador e cordelista brasileiro. Mesmo formado em direito e em jornalismo, dedicou-se exclusivamente à literatura de cordel e suas artes conexas, como a xilogravura, possuindo mais de quatrocentos títulos publicados neste estilo com temas que vão do infantil ao erótico, dos ensaios críticos a casos e dramas fictícios. 

Maxado diplomou-se em direito pela Universidade Católica do Salvador, e em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia; na década de 1970 mudou-se para São Paulo onde viveu de arte popular e como cordelista, sobretudo, na Praça da República, aprendendo ainda a xilogravura; nesta época, para ressaltar suas origens, adotou como pseudônimos o "Maxado" com "xis" e "do Nordeste", com o que assinava seus trabalhos. 

Na década seguinte voltou à Bahia, contratado pela emissora estatal TV Educativa, como especialista no cordel; de Salvador retornou à cidade natal, onde dirigiu o museu da Universidade Estadual de Feira de Santana, o Museu Regional de Arte e idealizou o Museu Casa do Sertão. Especializado no cordel, realiza palestras sobre o tema, além de ter escrito duas obras em que efetua estudos teóricos e analíticos sobre esse tipo de arte popular. Em seus estudos constatou, por exemplo, o uso pelo poeta do século XIX Castro Alves, do repente nordestino, nos seus embates contra o colega Tobias Barreto.