Escritora feirense transforma 'rabiscos' feitos durante pandemia em obra literária

Cultura e Eventos'Outubros, uma Intersecção'

Escritora feirense transforma 'rabiscos' feitos durante pandemia em obra literária

A literata caracteriza sua literatura como, escrita negra feminina 

Crédito: Acervo pessoal
"Outubros, uma Intersecção", é um livro de autoria de Bethe Bastos, pela Editora Mandacaru. A escritora feirense, é professora com formação em Letras Vernáculas (UEFS) e mestrado em Crítica Cultural (UNEB). Compreende que poetizar enriquece seu cotidiano, como também a mobiliza para as diversas questões sobre o "eu", nas relações individuais e coletivas. Para ela, o processo de escrever é, principalmente, para liberta-se e curar-se. A literata caracteriza sua literatura como, escrita negra feminina e salienta que começou a escrever poesia como parte de um movimento que chama de: escrita curativa, que começou em 2020, no contexto da pandemia.

"Fui incentivada pela professora e escritora Cláudia Gomes, a quem chamo de mentora. Entretanto, sempre tive perfil literário, sou leitora e sempre amei poesias, mas minha relação era como leitora. Os rabiscos sempre existiram, mas não organizava, ou digitava ou dava a devida valorização poética. Tudo começou com cadernos recuperados durante a pandemia, onde constavam vários registros poéticos e Cláudia Gomes foi à primeira leitora e incentivadora. Por sinal, os registros datavam mês de outubro. Por isso, outubros (no plural) porque outros outubros surgirão", conta.

Entre as suas interseccionalidades, a autora destaca gênero, raça e classe. "Sou uma mulher negra, da periferia e a educação me libertou. As leituras me permitiram voar e a escrita assina a minha história. Escrever para liberta-se e cura-se... A pandemia contribuiu nesse processo de libertação da escrita e tem me ajudado, inclusive, na libertação da escrita acadêmica. É para mim, cura e terapia", destaca.

Literatura infantil

Beth também enveredou pela literatura infantil, inspiração que foi potencializada após a maternidade e, com a pequena Malu de 5 anos, faz uma dupla literária. "Eu escrevo poemas infantis como participação em algumas antologias. Além de leitora de literatura infantil, depois da maternidade, eu produzo com minha filha. A poesia na primeira infância é importante no processo de alfabetização e letramento. Eu também sou pesquisadora de letramentos, assim eu pratico com minha filha leitura e versos rimados, onde ela oraliza e eu registro. Não é apenas inspiração, é construção também. Fiz curso de escrita criativa e me interesso por esse campo".

Autora tem 20 publicações

"Outubros é minha primeira obra individual! Tenho mais três livros individuais encaminhados à publicação e tenho uma significativa produção em obras coletivas. Publicar coletivamente é uma forma mais acessível de publicação, como também possibilita inserção no mercado editorial e literário, viabiliza parcerias, aprendizagens, trocas, além da publicidade do nome com mais visibilidade", explica. A autora integra Academia de Artes e Letras Internacional da Baixada Fluminense e Brasil - AALIBB e Academia Internacional Mulheres da Letras, participa também do Coletivo Mulherio das Letras/Bahia, conquistou pela Editora Litere- -se. Ganhou o Prêmio Internacional Mulheres das Letras (2020), o Prêmio exposição "Sou Mulher poesia" (2021), o II Prêmio Internacional "Sou Mulher poesia" e integra Academia Internacional Mulheres da Letras. 

Veja também:

 

Comentários:

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Já Registrado? Acesse sua conta
Visitante
Sexta, 19 Abril 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.jornalfolhadoestado.com/