O premiado espetáculo Encarceradas volta aos palcos nos dias 05 e 06 de novembro, às 20h, no Teatro Amélio Amorim, em Feira de Santana. A nova temporada marca mais um capítulo na trajetória da montagem, que há mais de uma década emociona o público e provoca reflexões sobre a realidade invisibilizada das mulheres em situação de cárcere.

Reconhecido como o primeiro espetáculo do Brasil a abordar a vida de mulheres presas, Encarceradas apresenta uma dramaturgia realista construída a partir de pesquisas, visitas a unidades prisionais e entrevistas com mulheres privadas de liberdade.

O texto e a direção são assinados por Fernando Souza, que retoma o comando da montagem com um elenco renovado e a inclusão de uma nova personagem, Joana do Crato, responsável por ampliar as perspectivas dentro da cela e revelar novas dores e resistências femininas.

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"Falar de mulheres presas é falar de abandono, de preconceito e de humanidade. Encarceradas é um espetáculo que transcende o palco: ele provoca, denuncia, faz rir e emociona. Voltar com uma nova personagem é renovar esse compromisso com a verdade e com as vozes silenciadas", afirma o diretor e autor Fernando Souza.

Ao longo dos anos, Encarceradas consolidou-se como uma das produções mais marcantes do teatro feirense contemporâneo, com participações em importantes festivais e mostras como o Fenatifs, o Festival Mostra do Interior (Prêmio Braskem de Teatro), no qual foi indicado a melhor espetáculo do interior em 2018, além do Novembro Negro da Funceb, Aldeia Sesc Olhos D'Água e Sesc em Cena.

Em 2016, a montagem fez história ao ser o primeiro espetáculo na Bahia encenado dentro de um conjunto penal, rompendo simbolicamente os muros entre arte e realidade.

Além da relevância artística, Encarceradas também inspira o meio acadêmico e social. O espetáculo motivou o doutorado da professora Urânia Santa Rosa, sobre educação e mulheres em cárcere, e será tema de material didático nacional do EJA, pela Editora Moderna, a partir de 2025.

No elenco estão Aníbal Bastos, Carol Acos, Daiane Cruz, Elidiane Souza, Geisa Leite, Júlia Lorrana, Monica Araújo, Hudson Portela e Aninha Pinheiro, que se revezam entre lágrimas, risos, confissões e silêncios dentro da cela, em uma encenação que mistura drama, humor, emoção e denúncia social.