Pesquisa indica que maioria dos afroempreendedores busca autonomia e independência

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Pesquisa indica que maioria dos afroempreendedores busca autonomia e independência

Terceira edição do estudo Propósito dos Afroempreendedores Baianos foi lançada na tarde desta terça-feira (18)

Foto: Divulgação/ Sebrae

Sonhar, acreditar e realizar. A 3ª edição da pesquisa Propósito dos Afroemprendedores Baianos . E o estudo indicou que a maioria (69%) é motivada pela busca por autonomia e independência quando resolvem empreender. Os dados foram apresentados na tarde desta terça-feira (18), durante o evento 'Prosa com Elas', por ocasião do mês da Consciência Negra. O evento aconteceu no auditório do Sebrae, no Costa Azul, em Salvador.

O empreendedorismo praticado pela população negra é conceituado de afroempreendedorismo. Atrelado a esta expressão há também o Black Money, que diz respeito ao potencial consumerista do capital negro, do alto e real valor que o dinheiro negro possui na economia. Conceitualmente, Black Money (em português, 'dinheiro preto') significa fazer o "dinheiro girar" entre as pessoas negras, fortalecendo os empreendimentos afrodescendentes, fazendo com que o dinheiro circule nas comunidades onde os negócios estão inseridos, nas comunidades onde a população reside e assim fomentar a economia local. No entanto, a pesquisa deste ano aponta que 33% dos afroempreendedores desconhecem o significado do termo Black Money.

O estudo indica ainda o perfil desses empreendedores. De acordo com a pesquisa, 66% dos afroempreendedores baianos são do sexo feminino, 62% dos respondentes não possuem funcionários (65% na primeira edição e 57% na segunda) e 28% dos respondentes possuem renda mensal de 1 a dois salários-mínimos.

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O levantamento revela ainda que 47% dos negócios estão no setor de serviços e o WhatsApp é utilizado por 43% dos entrevistados (na primeira edição eram 36% e na segunda 34%). Sobre o enquadramento, apenas 14% permanecem na informalidade (45% na primeira edição e 12% na segunda) e 43% dos entrevistados (33% na primeira edição e 38% na segunda) são formalizados como Microempreendedor Individual (MEI). Os microempresários subiram de 8% (primeira edição) para 30% (segunda edição) e atualmente representam 29% do universo pesquisado.

Afroempreendedores na Bahia que têm idade dos 35 aos 44 anos representam 40% dos entrevistados. No quesito escolaridade, na primeira e na segunda edição, 55% dos afroempreendedores têm nível superior completo. Na terceira, o registro é de 56%.

A gerente adjunta da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae Bahia e presidente do Corecon-BA, Isabel Ribeiro, que está à frente da organização do Prosa com Elas, destacou a importância da discussão. "Este é um mês de muitas ações para celebrar a força e a cultura do povo negro. Mergulhar no afroempreendedorismo é reconhecer um movimento social, político, histórico e econômico que impulsiona negócios, gera oportunidades e promove inovação", afirmou.

O analista da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae Bahia, Anderson Teixeira, apresentou os dados e reforçou a relevância do Novembro Negro como espaço de reflexão. "Precisamos resgatar histórias para que não sejam apagadas. Afro é negócio. O afroempreendedorismo fortalece a comunidade, estimula inovação, engajamento social e empoderamento econômico", disse.

Os dados servirão como subsídio para a atuação do Sebrae Bahia e de entidades parceiras para impulsionar o afroempreendedorismo no estado. A pesquisa ouviu 354 afroempreendedores atendidos pelo Sebrae Bahia, de julho a agosto de 2025. A pesquisa tem grau de confiança de 95% e margem de erro de 5%.

Confira aqui a pesquisa na íntegra. 

 

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Quinta, 20 Novembro 2025

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