Evento discute autonomia e democracia nas residências universitárias

EducaçãoFeira de Santana

Evento discute autonomia e democracia nas residências universitárias

Encontro foi sediado na UEFS 

Crédito: Mário Sepúlveda/FE
A 44ª edição do Encontro Nacional de Casas de Estudantes (Ence) está acontecendo na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Aberto na última quinta-feira (26), o evento discute principalmente as condições de moradia e alimentação dos estudantes dentro das instituições de ensino. O tema deste ano é "Não seremos erradicadas: Movimento de Casas de Estudantes, autonomia e democracia radical".

A expectativa dos organizadores é que durante o evento, mais de 400 estudantes de universidades de outros municípios e Estados estejam participando das discussões. Wesley Freitas dos Santos, graduando do curso de Ciências Contábeis da UEFS e integrante da Secretaria Nacional da Casa dos Estudantes, fala sobre a principal finalidade do encontro e quais as pautas prioritárias. "Viemos discutir políticas, assistência e permanência estudantil nas universidades. A gente vem debater e trazer propostas, tentar levar essas propostas para as nossas universidades. Quando o Ence vai para uma instituição, é porque a residência da universidade estápassando por vários problemas. Hoje, a gente da UEFS, enfrenta diversos problemas, de autonomia, estruturais, problemas em relação à bolsa. Discutimos a qualidade da comida, da acomodação adequada e sem superlotação. Lutar mesmo pela assistência e permanência estudantil na universidade", conta o residente de Contábeis.

Apesar da comoção nacional, Freitas diz que as propostas nunca são recebidas como prioridade. "Eles acham que o mínimo é muito. A gente quer uma alimentação de qualidade, um colchão bom para dormir, coisas assim. Só que a gente nunca cabe no orçamento, cabe tudo menos os residentes que são pessoas pobres, numa situação de vulnerabilidade social, mas eles nunca olham. Para isso que o evento serve, para cobrarmos, levarmos o encaminhamento aos devidos departamentos em todos os estados".

Roselene Germano, moradora do Quilombo de Lagoa de Melquíades, em Vitória da Conquista, diz que as dificuldades dos estudantes de baixa renda começam já na época do vestibular. "A gente vinha para prestar vestibular e a universidade não dava nem um apoio. Com muita garra, a gente reunia todo mundo, conseguia transporte e vinha fazer vestibular e tentar uma vaga na universidade. Para nós foi uma vitória! Quando a gente consegue entrar, passa por outro processo burocrático para uma vaga na residência. Isso desestimula o estudante. Mesmo conseguindo vaga, não termina o curso. Somos de comunidade quilombola, aqui na instituição tem uma residência específica para os indígenas. Quem passa na universidade é indígena, tem moradia garantida, mas nós quilombolas, não. O que a gente quer é que já tenha garantia de vaga aos quilombolas, nas residências", reivindica.

A estudante destaca também a necessidade de uma residência maior. "Geralmente os quartos são feitos para acomodar até 4 pessoas, mas sempre colocam estudantes para dormir no chão, porque não tem cama suficiente. Além disso, a residência se diz acessível, mas não é. Tem cômodos que teoricamente são para acomodar pessoas com deficiência, mas não são", reclama. 

 

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Quinta, 25 Abril 2024

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