Bonfim de Feira: um distrito com mais idade que Feira de Santana

Aniversário de FeiraFeira 189 anos

Bonfim de Feira: um distrito com mais idade que Feira de Santana

O distrito tem mais de dois séculos de existência e um dia já lutou por emancipação 

Crédito: Divulgação

Acredite se quiser, o distrito de Bonfim de Feira possui mais tempo de fundação que a cidade sede, Feira de Santana. Com 239 anos, antes do nome que tem hoje, nos documentos, era chamada de Itacuruçá. Falar sobre esta localidade é detalhar a sua importância, visto que em seu contexto histórico possui muitas particularidades que chamam atenção. 

O povoamento na região teve início após a construção da Igreja Senhor do Bonfim, que hoje possui 219 anos e é uma referência pela sua tradicional Festa do Padroeiro e celebrações eucarísticas, na qual grandes personalidades costumam participar. Entre outras curiosidades, o distrito é cortado pelo Ribeirão do Cavaco, que faz parte da bacia hidrográfica e desagua no Rio Jacuípe e outros riachos. 

Dentro da sua história, o casarão do Candeal é a construção mais antiga que existe. Neste local, inclusive, até correntes do tempo da escravidão foram encontradas. É o que detalha o Gerente de Produção do documentário "Bonfim de Feira: Nossa História, Nossa Fé, Nossa Gente", Jorlan Neri. O conteúdo foi idealizado pela Paróquia Senhor do Bonfim, e em sua narrativa, tem depoimentos que mostram detalhes dos primórdios aos tempos atuais. 

Em entrevista à nossa reportagem, ele  ainda detalha que existe uma situação que chama atenção. "Bonfim e Anguera naquela época lutavam pela emancipação, porém, não houve sucesso para o distrito e Anguera levou a melhor, sendo elevada a cidade". 

As exclusividades culturais do distrito não param por aí. Desde 1977, o aposentado Gilmário Moreira da Silva realiza o enterro do ano velho, onde a população sai às ruas com um boneco dentro de um caixão, e na praça principal, fazem a cremação. O momento é acompanhado de fogos de artificio, mini trio, dança e muita festa. 

Bonfim de Feira também é palco da arte. Em 1964, era lançado "O Grito da Terra", filme produzido por Olney Alberto São Paulo e Ciro de Carvalho Leite. O longa reproduz a história de camponeses esfomeados que lutam pela sobrevivência e suas terras. Um enredo que teve no elenco Helena Ignez, João di Sordi, Lidio Silva, Lucy de Carvalho, Maria Ligia, Orlando Senna e Roque Araújo. 

Apesar de receber luminárias em LED, melhoria nas vias urbanas e outros serviços de atenção pública, o distrito ainda resiste à modernidade, onde ainda é possível encontrar ruas, casas e espaços que preservam a arquitetura histórica dos antepassados, para que seja um sinônimo de resistência cultural

 

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Quarta, 24 Abril 2024

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