Caminhos da educação pública de Feira de Santana: o ensino municipal em perspectiva

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Caminhos da educação pública de Feira de Santana: o ensino municipal em perspectiva

Cinco perguntas para a secretária de Educação do município, professora Anaci Paim

Crédito: Divulgação

Dona de um currículo no qual as atividades mostram alguém atuante no âmbito educacional, a professora Anaci Paim já desempenhou diversas funções na área da educação tais como: reitora da Universidade Estadual de Feira de Santana, em dois mandatos de 1995 a 2003, secretária estadual de Educação (2003–2006), membro do Conselho Nacional de Educação, sendo titular da Câmara de Educação Superior, de 2004 a 2008. Entretanto, talvez, a pandemia provocada pela covid-19, senão o maior, tem sido um dos maiores desafios da sua trajetória enquanto gestora educacional. Nessa entrevista, ela fala sobre o futuro da educação em Feira de Santana, os aspectos inovadores da rede municipal de ensino professora aposentada da UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana), dentre outras.

Folha do Estado: Considerando o tempo de vigência de sua gestão, já que assumiu a pasta em janeiro de 2021, quais elementos a senhora aponta como diferenciais na rede municipal de ensino de Feira de Santana?

Anaci Paim: A rede municipal tem alguns diferenciais. Primeiro, pois é a maior rede no município de Feira, entre a estadual e privada a municipal é que tem mais alunos. Segundo, que é a rede qualificada com docentes, coordenadores de dirigentes escolares com elevada competência. Reconhecidos, com cursos de pós-graduação, logo pessoas preparadas para desenvolver as suas ações. E terceiro é uma rede que está qualificando a estrutura física de suas unidades escolares dotando um conjunto arquitetônico de qualidade. E outro aspecto importante é que há um grande investimento na implementação de ações de cunhos pedagógicos, com a formação de professores, de gestores e buscando atualizar os procedimentos de gestão tornando a escola com mais autonomia na operação de suas atividades.

FE: Quais aspectos são considerados, pela senhora, como inovadores no contexto do ensino oferecido na rede pública municipal, sobretudo nesse contexto de pandemia que atravessamos?

AP: Bem, agora nesse período de pandemia eu posso destacar o modelo de aulas não presenciais, que buscamos criar estúdios próprios implementados pela Secretaria de Educação. Instalando 10 estúdios para gravação de aulas com a produção diária de 30 vídeo aulas também veiculando esses vídeos através do YouTube, utilizando a plataforma do Stream Yard. Também a inovação de ter contratado canais de tv, para que essas aulas pudessem chegar aos alunos. Além disso, também quero destacar os investimentos que estão sendo realizados na reforma total das escolas. Reestruturação dos espaços, no conceito de construção dotando as escolas de uma capacidade física a ser instalada com salas convencionais, mas também contemplando sala de leitura, biblioteca, quadra coberta, sala para multimídias, laboratório de ciências, brinquedoteca, refeitório, espaços para recreação para o desenvolvimento de atividades lúdicas para contemplar o projeto de integração e de implantação das escolas em tempo integral. Então é necessário que o projeto arquitetônico acompanhe essa nova modalidade que vamos estar ofertando com a escola em tempo integral.

FE: O antigo prédio do Feira Tênis Clube foi adquirido pelo poder público municipal. Ali serão oferecidos diversos serviços relacionados ao setor educacional de nossa cidade. Quais serão estes serviços e o que a comunidade feirense pode esperar desse empreendimento?

AP: O Centro Integrado de Educação Inclusiva, irá funcionar no antigo espaço do Feira Tênis Clube que foi totalmente reformado, guardando as características originais do prédio preservando a identidade inicial arquitetônica definida. Esse espaço será de referência na área de educação inclusiva com duas ações específicas, uma voltada para o atendimento e outra para formação. No atendimento nós vamos possibilitar o desenvolvimento de ações que tenham acompanhamento pedagógico, psicopedagógico, pedagógico especializado para deficiente visual e também pessoas com surdez. Assim, vamos fazer avaliação para criar agenda dos estudantes que serão encaminhados pelas escolas municipais. Lá não será uma escola, mas será um ambiente que atenderá as crianças oriundas da rede municipal de ensino. Também teremos atividades de artes plásticas e atividades lúdicas de modo geral como música. Acompanhamento às famílias dos portadores de algum tipo de deficiência, atendimento pedagógico e também domiciliar, atendimento psicológico fonoaudiólogo, atividades de informática que serão desenvolvidas no laboratório de multimídias e atividades esportivas utilizando o ginásio de esportes.

FE: E no que tange à formação de professores para este segmento específico da educação especial?

AP: Na área de formação, nós vamos estar fazendo a formação de profissionais tradutores e intérpretes de libras. Tanto profissionais que atuam na comunidade, como estudantes de cursos de graduação da rede local. Preparação de professores que atuam nas salas de recursos multifuncionais, professores que auxilia e acompanha as crianças da educação especial tanto na rede municipal, como também em outras redes do próprio município. Formação continuada de estudos de transtornos de aprendizagem, na perspectiva inclusiva, estruturação da equipe de gestores e professores das escolas municipais, elaborações de professores para salas regulares e diversas outras formações que a demanda apresentar. Então será um centro de referência nacional, com atividades que serão reconhecidas internacionalmente. Vamos estar naquele espaço oferecendo à comunidade uma diversidade de ações que vai qualificar o trabalho, voltado para atuação no campo da educação inclusiva".

FE: Que projeto a senhora pode sinalizar para o futuro da educação pública municipal de Feira de Santana?

AP: O projeto é contínuo, de elevação do padrão de qualidade. Dessa forma, atingir um IDEB mais elevado, levando todas as escolas a um mínimo de 7, procurar reduzir a evasão escolar e repetência, assim como a redução da demanda para educação para jovens e adultos, formando quadros de dirigentes cada vez mais comprometidos com a gestão escolar. Enfim, é um conjunto de ações para melhoria da qualidade da educação pública no município de Feira de Santana. 

 

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Quinta, 18 Abril 2024

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