Casa da farinha: da preservação das tradições do campo à geração de renda

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Casa da farinha: da preservação das tradições do campo à geração de renda

A mandioca ainda continua servindo como base de sustento para uma quantidade grande de agricultores 

Cultivada aqui no país muito antes do período da colonização, a macaxeira ou aipim, formas, como também a mandioca é conhecida pelo Nordeste a fora, a raiz já era bastante utilizada pelos índios como uma das principais fontes de alimentação no século XVI. De lá para cá o produto ainda continua sendo bem apreciada e servindo como fonte principal de renda para muitos trabalhadores da zona rural.

Aqui em Feira de Santana não seria diferente, a mandioca ainda continua servindo como base de sustento para uma quantidade grande de agricultores em diversos distritos do município. Força braçal, agilidade e uma boa faca amolada: são esses os elementos básicos presentes no dia a dia do homem do campo. E são com eles que muitos dos trabalhadores rurais ainda ganham a vida com o plantio, colheita e beneficiamento do produto, que pode ser encontrado com facilidade em várias feiras livres espalhadas pela cidade.

Para que o produto em natura ou seus derivados como a tapioca, a goma, a boa e conhecida farinha e até mesmo o beiju cheguem frescos até o consumidor não, há muito trabalho pela frente, começando pelo plantio do produto na roça, seguido pelo processo de colheita, para em seguida ser feita a lavagem juntamente com a raspagem do tubérculo colhido. Mas é em espaços como as casas de farinha que o produto realmente é bene ciado, gerando emprego e renda para uma grande quantidade de trabalhadores. 

É em um desses espaços na localidade de Formiga dos Olhos D`Água, distrito de São José, na zona rural de Feira de Santana que há 4 anos a trabalhadora rural Vilma Santana atua na produção dos derivados da mandioca destinados a comercialização na própria comunidade e nas feiras livres da sede. Dona Vilma fala com alegria da importância do trabalho que é realizado no local: "O trabalho realizado aqui é muito importante porque principalmente gera renda para todo mundo aqui, porque o que a gente produz é vendido aqui no próprio distrito e também lá na sede nas feirinhas", diz. Ela ainda fala da questão dos benefícios do consumo dos derivados da mandioca, já que todos eles são cultivados e produzidos sem nenhuma adição de químicos, e sim, preparados de forma orgânica, não trazendo nenhum malefício à saúde, mas pelo contrário, contribuindo em cheio para uma melhor qualidade de vida.

"A produção aqui é toda orgânica. Desde o momento em que a gente planta a mandioca lá na roça, até o momento que a gente colhe, faz a lavagem, a raspagem da raiz, passando por outros processos que são feitos na casa da farinha, é tudo limpo, sem adição de nenhum material químico. É tudo 100 ? natural, bene ciando em cheio a saúde". Para além de um elemento gerador de renda, a existência desses espaços tem uma importância afetiva e histórica imensa, já que, por inúmeras vezes a tradição de se trabalhar nas casa de farinha é algo que se aprende ainda na infância, sendo passado de geração a geração. Somado a esse fator, tem-se o valor cultural que elas acabam ganhando ao longo do tempo, principalmente por se caracterizarem como elemento vivo da história do homem do campo e que ainda sobrevivem mesmo diante da modernidade tecnológica imposta à zona rural.
 

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Sexta, 13 Dezembro 2024

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