Chácara São Cosme, Rua Nova e George Américo como bairros tradicionais de Feira

Aniversário de FeiraFeira 190 anos

Chácara São Cosme, Rua Nova e George Américo como bairros tradicionais de Feira

Especial Feira de Santana 190 anos 

Crédito: Divulgação
Ao longo desses 190 anos de emancipação política a cidade de Feira de Santana tem nas entrelinhas da sua história a formação de inúmeros bairros, muitos dos quais sobrevivem até os dias atuais para comprovar a força e a capacidade de expansãoque a "Princesinha do Sertão" tem frente a outras cidades do estado. São localidades que ao longo do seu processo de formação foram ganhando contornos próprios, sendo que alguns deles têm atualmente características essencialmente comerciais, já outros, peculiaridades de bairros tipicamente culturais, além, claro, de tantos outros, cada qual com seu elemento que o torna singular perante aos demais.

Entre esses diversos bairros que compõem Feira, existem aqueles que são tidos como os mais tradicionais, entendidos de uma maneira geral, como os que possuem um tempo de existência maior em comparação com os outros, vinculados diretamente a própria história do município. Aqui na cidade, tem-se como exemplos de bairros enquadrados nessa categoria a Chácara São Cosme, Rua Nova (representado na foto ao lado), e até mesmo uma parte do bairro da Queimadinha, conforme relata Clóvis Ramaiana, historiador e professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS):

"Existem um conjunto de bairros de Feira de Santana que possuem peculiaridades e estão vinculados a origem e consolidação da história de Feira. Por exemplo, o bairro da Chácara São Cosme, assim como parte do bairro da Queimadinha também, ligados a uma expansão habitacional de Feira de Santana depois da chegada de muitos nordestinos, sobretudo a partir de 1950 quando a cidade começa a virar referência em empregabilidade e possiblidade de se fazer um futuro diferente. Já o bairro da Rua Nova, apesar de não haver nenhuma reinvindicação formal, pode ser considerado como um bairro de características quilombolas, onde ele era muito utilizado por pessoas que fugiam do campo como um refúgio da escravidão ou de situações análogas, e por pessoas negras com situações de subemprego no Centro da cidade e foram se expandindo para a Rua Nova", disse.

O historiador destacou o George Américo também como um outro bairro considerado tradicional, surgindo de uma constante luta dos trabalhadores da cidade no passado.

"Há um bairro que cresce exatamente da luta dos trabalhadores excluídos, onde Feira experimentou o surgimento de algumas fábricas principalmente do Centro Industrial do Subaé (CIS), e a partir daí houve uma explosão de conjuntos habitacionais, e isso vira uma certa referência novamente para emigrações de regiões e cidades próximas com experiências históricas complicadas como a regionalização da economia agrícola, expulsando esse público para cidades como Feira, e nesse caso específico, o bairro do George Américo virou o bairro dos excluídos", pontuou. 

 

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Quarta, 01 Mai 2024

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