A capa da edição especial do Jornal Folha do Estado, nesta quinta-feira (18), aniversário de Feira de Santana, ilustrada em aquarela pelo talentoso artista visual Jean Lima, é mais do que uma imagem: é uma narrativa visual rica que celebra a essência da cidade. Jean, que também é responsável pela identidade visual da 18ª edição do Flifs - Festival Literário de Feira de Santana e que inaugura uma linda exposição no Museu Regional de Arte, no Cuca, exatamente neste 18 de setembro, transforma o conceito de casa em um símbolo poderoso para a cidade e traduz com exatidão todo o conteúdo das próximas páginas.

Na arte, a casa de portas e janelas abertas representa a própria Feira, sempre pronta para receber o novo. As portas abertas convidam os ventos da modernidade e os desafios contemporâneos a entrar, arejando o ambiente e sinalizando uma comunidade disposta a abraçar a mudança sem perder suas raízes. É o retrato de um município que, apesar de sua tradição, nunca se fecha para o mundo.

No coração dessa casa, um casal personifica tanto o novo morador, que chega e faz de Feira sua morada, quanto o feirense "de raiz". Essa dualidade nos lembra que a identidade da cidade é construída pela união de quem chega e de quem já estava aqui. O bebê na barriga é a representação mais clara do futuro, simbolizando a nova geração, os filhos desta terra de promessas, que nascem e crescem em um ambiente de oportunidades.

A paisagem que circunda a casa oferece outros elementos cruciais. O cacto nos remete diretamente ao sertão, terra princesa, e é um lembrete da resiliência de um povo que soube prosperar em meio às adversidades. Já a flor do deserto, uma espécie que se tornou uma verdadeira febre na cidade, simboliza a Feira moderna e contemporânea. Essa planta exótica, que não é nativa, mas que floresce aqui, representa a capacidade da cidade de assimilar o que vem de fora e fazer com que floresça.

Juntas à caixa d'água do Tomba, essas imagens formam um retrato completo: Feira de Santana é uma cidade tradicional e, ao mesmo tempo, contemporânea. Ela honra suas raízes sertanejas enquanto absorve o novo, abrindo suas portas para quem chega e construindo seu futuro com as mãos de quem cuida dela. A capa de aniversário é, portanto, um convite para celebrar Feira não apenas como um lugar, mas como uma casa acolhedora, em constante evolução, que continua a se renovar a cada ano que passa.

Boa leitura!