Judô baiano celebra mestres e mantém legado vivo
Academias históricas de Salvador reafirmam valores e formação cidadã
No Dia Mundial do Judô, Salvador volta seus olhos para os dojôs que moldaram gerações de atletas e educadores. O Clube Itapagipano de Judô, fundado em 1966, e a Associação Judô Katas, criada em 1981, simbolizam a gênese e a continuidade de uma tradição que ultrapassa o tatame. Entre as histórias de resistência e ensinamento, o que se celebra é a permanência de uma filosofia que atravessa décadas e famílias, consolidando o judô como patrimônio esportivo e humano da Bahia.
A trajetória dessas academias reflete a essência do judô como arte da disciplina e do respeito. No Itapagipano, a condução de Ciro Carvalho Pinto dá sequência à obra do pai, Mestre Ciro, que plantou as bases do esporte em Itapagipe quando o judô ainda era quase desconhecido na capital. Já em Brotas, a Katas segue orientada pela herança do Grão-Mestre Carlos Lopes, que transformou o ensino gratuito em instrumento de transformação social. Ambos os espaços mantêm a tríade formadora do judô: técnica, caráter e coletividade.
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O fortalecimento dessas raízes coincide com o avanço da modalidade no estado. A Federação Baiana de Judô, presidida por Salvatore Puonzo, reúne mais de 11 mil praticantes cadastrados e 138 associações em 112 municípios, números que revelam expansão e vitalidade. O crescimento, porém, não apaga a responsabilidade histórica dos dojôs fundadores, que seguem como pilares de referência e continuidade. A meta agora é consolidar o ciclo formativo e revelar o primeiro atleta olímpico baiano da modalidade.
Mais que vitórias e medalhas, o judô baiano celebra a perpetuação de um ideal. O esporte que ensina a cair e levantar tornou-se metáfora de um estado que valoriza o aprendizado na adversidade e a dignidade na superação. O legado de mestres como Ciro e Carlos Lopes prova que a força do judô está menos no impacto dos golpes e mais na leveza dos gestos que educam.
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