Michele Oliveira busca consagração no UAE Warriors
Baiana enfrenta Lany Silva por cinturão peso-palha nos Emirados Árabes
A noite de 15 de novembro, em Al Ain, nos Emirados Árabes Unidos, pode reescrever o destino de Michele Oliveira. A baiana de Conceição do Coité, campeã mundial amadora em 2017, volta ao cage para disputar o cinturão vago do peso-palha (52 kg) do UAE Warriors contra a compatriota Lany Silva. Mais do que um título, está em jogo a consagração de uma trajetória construída entre a garra do sertão e o refinamento técnico da Nova União, equipe que lapidou nomes históricos do MMA brasileiro.
A preparação de Michele foi moldada por intensidade e método. Após a vitória sobre Zulfiya Kurbashova no UAE Warriors 60, a lutadora aprimorou a combinação entre o controle de distância e as quedas cirúrgicas que têm sido sua marca. Seu Jiu-Jitsu agressivo e seu tempo de transição no chão transformaram-na em uma ameaça constante para qualquer adversária. Lany, de 23 anos, traz outro tipo de perigo. Explosiva e versátil, aposta na movimentação e na trocação pesada para impor ritmo e desestabilizar o jogo da oponente.
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O duelo sintetiza duas gerações do MMA feminino brasileiro. De um lado, Michele, aos 30 anos, representa o amadurecimento técnico e a disciplina de quem busca estabilidade em um cenário global. Do outro, Lany encarna o ímpeto de uma nova safra que enxerga nos eventos internacionais o atalho para o estrelato. O encontro entre ambas não é apenas um choque de estilos, mas de visões sobre como vencer em um esporte que hoje exige tanto estratégia quanto carisma.
Vencer nos Emirados pode abrir um novo horizonte para Michele. A atleta figura entre as melhores da América do Sul e tem recebido atenção crescente de olheiros de ligas como PFL e UFC. Uma conquista no ADNEC Centre consolidaria seu nome entre as principais lutadoras de 52 quilos fora do circuito norte-americano, elevando também o prestígio do Brasil no Oriente Médio, onde o MMA feminino ainda luta por maior visibilidade.
Por trás das luvas e da frieza competitiva, há uma narrativa de resistência. Michele saiu do interior da Bahia para competir em academias do Rio, muitas vezes bancando o próprio treinamento com bolsas e patrocínios instáveis. Carrega consigo a simbologia de quem representa não apenas uma cidade, mas um modo de vencer que combina técnica, fé e obstinação. Sua caminhada é a prova de que o octógono, para muitas brasileiras, é menos um palco e mais um espelho de superação cotidiana.
O cinturão do UAE Warriors é, em essência, o ponto de inflexão entre o sonho e a consagração. Se a vitória vier, Michele Oliveira não apenas erguerá o título, mas também firmará sua posição como uma das principais embaixadoras do MMA feminino nacional. Se o caminho for árduo, continuará sendo fiel à sua própria essência: lutar com convicção, inteligência e um respeito inabalável à arte de se reinventar a cada round.
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