Márcia Porto e Micareta de Feira: uma história de sucesso

MicaretaDesde a década de 90

Márcia Porto e Micareta de Feira: uma história de sucesso

Cantora ressalta que festa feirense possui um diferencial 

Crédito: Divulgação

A cantora Márcia Porto está para a Micareta de Feira de Santana assim como o axé está para o Carnaval. Revelação em várias micaretas e carnavais do Brasil, a puxadora de trio fala da extensa trajetória musical que está diretamente ligada a Micareta de Feira de Santana. Ela ressalta que, dentre tantas festas de rua, a festa feirense possui um diferencial além de relevância no cenário nacional.

"Todos os caminhos levam a feira de Santana! Aqui acontece tudo, aqui nascem muitas coisas e tem um pouquinho de cada Brasil. Uma cidade realmente diferenciada. A Micareta que é a primeira do Brasil traz essa marca diferente e sempre acontece algo especial, inusitado. Venha para nossa Micareta, mas venha para trazer amor, alegria e paz", celebra a artista.

A artista, que iniciou carreira solo em 1994, participou de dois importantes momentos da cena musical feirense, entre elas as três edições da Feira Swing e Cerveja em memória musical da Bahia. Em 2006, Márcia foi convidada para participar da coletânea Pazeando e Cantando, CD lançado pela ONG MOVPAZ, Movimento Internacional Pela Paz e Não-Violência, com a música de autoria, intitulada Abra o Coração, ao lado da cantora norte-americana Samantha Bonzer. O início da carreira aconteceu em meio a um trio elétrico na Princesa do Sertão.

"A minha primeira Micareta na década de 90, eu menina ainda, meu tio comprou o trio elétrico Brilhaê e como eu brincava de cantar em casa ele me chamou. Na hora eu perguntei se ele tinha coragem, se ele estava doido. Mas ele me ensinou os primeiros passos e eu encarei, na cara e na coragem. Eu tremia gente, mas foi uma paixão tão grande que não sai mais do trio. Escolher um momento marcante da Micareta é muito difícil, porque cada ano é um ano diferente, cada público nos oferece uma emoção diferente, então tem muitos momentos marcantes. Quando a Micareta era na Getúlio Vargas nas passagens dar de cara com grandes artistas como Luiz Caldas, Banda Mel, uma galera massa que tornou o axé o que é hoje. Eu estava de um lado e eles de outro e sempre paravam de forma muito carinhosa e estar diante daqueles artistas que nos inspiravam, sempre era uma grande emoção".

Desde muito cedo Márcia identificou a veia artística e a arte enquanto agente transformador social.

"Márcia Porto é uma menina serelepe, como dizia minha mãe. Que sempre adorou arte e música, cresci ouvindo meus tios cantando e tocando em casa porque tinham bandas. Nasci no Rio de Janeiro e parei aqui na Bahia pois meus pais são baianos. Cheguei à Feira de Santana e me encontrei aqui. Sempre fui apaixonada por essa cidade, comecei a trabalhar com arte, com teatro, com desfiles até que a música me pegou e eu não consegui mais me desligar dela. A gente vai construindo uma carreira, uma história, sempre pautada na arte como instrumento para se falar do social, de política, de cultura, de vida, de amor e de alegria é claro", conta.

Micareta plural

Márcia, apesar de cantora de axé, rememora várias manifestações musicais em homenagem à diversidade rítmica brasileira, a exemplo do xote e baião e salienta que sempre ousou nas misturas rítmicas levando para avenida diversidade.

"Teve um momento que eu fui homenageada coincidentemente no dia do meu aniversário no trio público, nos camarotes. Outro grande momento também foi quando eu ousei trazer a brasilidade da cultura nordestina para o trio. Trouxemos Geraldo Azevedo, Nando Cordel, Petrúcio Amorim e vários outros artistas, em um grande encontro de música com uma pluralidade que a gente conseguiu trazer para o Micareta. Na ocasião tive a grata satisfação de fazer também uma homenagem a Luiz Gonzaga no trio em plena Micareta. Convidei um artista plástico italiano que pintava telas durante o percurso em homenagem a Luiz Gonzaga. Foi muito lindo e emocionante. De outra vez misturei axé e cordel, colocamos cordelistas da cidade no trio misturando com axé, cordéis sobre a Micareta".

Palco x trio

Com vasta experiência de apresentações em diversos formatos, a cantora destaca que se apresentar em um trio exige mais de um artista que faça show em um palco fixo.

"Subir no trio é totalmente diferente de subir no palco. O trio exige uma expertise maior, mais atenção, concentração, conforme o trio vai passando na avenida a acústica muda, então a atenção é redobrada e a competência tem que ser redobrada, se não o artista realmente se perde. Entretanto, quando você sobe no trio parece uma mágica que acontece, não sei se é porque é uma máquina andante, aquele camarote andante, mas é uma mágica que acontece. O público vai se misturando, mudando. A reação a cada música que muda ao longo do percurso. Não dá para explicar a quem nunca experimentou, como é emocionante estar a bordo dessa nave de fazer alegria. Amo trio elétrico e quero poder estar sempre (quem sabe até velhinha) provando dessa emoção surreal", comentou. 

 

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Terça, 14 Mai 2024

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