Bahia derrota Palmeiras mas Fonte Nova vira alvo de polêmica nacional

EsportesGramado sob suspeita

Bahia derrota Palmeiras mas Fonte Nova vira alvo de polêmica nacional

Partida decidida em campo abriu debate sobre ética e segurança esportiva

📷 Reprodução: X - GabrielleeGomes

O triunfo do Bahia por 1 a 0 sobre o Palmeiras, na 25ª rodada da Série A, poderia ter sido lembrado apenas pelo golaço de Ademir. No entanto, a vitória foi rapidamente ofuscada por uma polêmica paralela: a súmula do árbitro Anderson Daronco registrou que o gramado da Arena Fonte Nova não apresentava boas condições, citando inclusive o uso de tinta verde para encobrir imperfeições. As imagens que circularam desde antes da bola rolar reforçaram a estranheza, acentuada pelas lesões de Lucas Evangelista e Piquerez ainda no primeiro tempo.

Em termos técnicos, o jogo foi condicionado pelo piso irregular. O Bahia, que costuma sair jogando desde a defesa, precisou reduzir riscos, alternando passes curtos e lançamentos. Já o Palmeiras, mais habituado ao jogo direto, também enfrentou dificuldades na recomposição, especialmente pelas falhas de tração do gramado, que afetaram a velocidade da bola. A ironia maior é que ambos os treinadores, Abel Ferreira e Rogério Ceni, usaram o mesmo argumento para justificar desempenhos, ainda que em sentidos opostos: para o português, o gramado prejudicou a equipe; para o brasileiro, atrapalhou ainda mais o time da casa.

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As consequências vão além da narrativa pós-jogo. O Palmeiras prometeu recorrer formalmente à CBF, abrindo precedente para questionar a responsabilidade dos administradores do estádio. O Bahia, por sua vez, tenta conter o dano institucional, já que a Fonte Nova é palco de eventos nacionais e internacionais. A empresa Greenleaf, responsável pela manutenção, defendeu-se em nota, afirmando que todos os indicadores técnicos estavam dentro dos padrões. No entanto, a percepção pública já se instalou: o gramado pintado tornou-se símbolo de improviso em pleno calendário de 2025.

No balanço crítico, o episódio expõe uma fragilidade recorrente no futebol brasileiro: a negligência estrutural. A estética não pode ser prioridade em detrimento da funcionalidade. Pintar a grama é medida paliativa que compromete a credibilidade de uma arena erguida para a Copa do Mundo e que deveria ser modelo de excelência. A vitória do Bahia, justa em campo, merece registro. Mas a verdadeira derrota foi coletiva, de um espetáculo que se permitiu ser ofuscado pelo artifício de um gramado maquiado.

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Segunda, 15 Dezembro 2025

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