Bahia derrota Palmeiras mas Fonte Nova vira alvo de polêmica nacional
Partida decidida em campo abriu debate sobre ética e segurança esportiva
O triunfo do Bahia por 1 a 0 sobre o Palmeiras, na 25ª rodada da Série A, poderia ter sido lembrado apenas pelo golaço de Ademir. No entanto, a vitória foi rapidamente ofuscada por uma polêmica paralela: a súmula do árbitro Anderson Daronco registrou que o gramado da Arena Fonte Nova não apresentava boas condições, citando inclusive o uso de tinta verde para encobrir imperfeições. As imagens que circularam desde antes da bola rolar reforçaram a estranheza, acentuada pelas lesões de Lucas Evangelista e Piquerez ainda no primeiro tempo.
Em termos técnicos, o jogo foi condicionado pelo piso irregular. O Bahia, que costuma sair jogando desde a defesa, precisou reduzir riscos, alternando passes curtos e lançamentos. Já o Palmeiras, mais habituado ao jogo direto, também enfrentou dificuldades na recomposição, especialmente pelas falhas de tração do gramado, que afetaram a velocidade da bola. A ironia maior é que ambos os treinadores, Abel Ferreira e Rogério Ceni, usaram o mesmo argumento para justificar desempenhos, ainda que em sentidos opostos: para o português, o gramado prejudicou a equipe; para o brasileiro, atrapalhou ainda mais o time da casa.
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As consequências vão além da narrativa pós-jogo. O Palmeiras prometeu recorrer formalmente à CBF, abrindo precedente para questionar a responsabilidade dos administradores do estádio. O Bahia, por sua vez, tenta conter o dano institucional, já que a Fonte Nova é palco de eventos nacionais e internacionais. A empresa Greenleaf, responsável pela manutenção, defendeu-se em nota, afirmando que todos os indicadores técnicos estavam dentro dos padrões. No entanto, a percepção pública já se instalou: o gramado pintado tornou-se símbolo de improviso em pleno calendário de 2025.
No balanço crítico, o episódio expõe uma fragilidade recorrente no futebol brasileiro: a negligência estrutural. A estética não pode ser prioridade em detrimento da funcionalidade. Pintar a grama é medida paliativa que compromete a credibilidade de uma arena erguida para a Copa do Mundo e que deveria ser modelo de excelência. A vitória do Bahia, justa em campo, merece registro. Mas a verdadeira derrota foi coletiva, de um espetáculo que se permitiu ser ofuscado pelo artifício de um gramado maquiado.
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