Bia Haddad vence Pigossi com susto e provoca debate no tênis nacional
Número um do Brasil sofre pressão, avança em São Paulo e expõe fragilidades recorrentes
No calor da quadra central Maria Esther Bueno, em São Paulo, Beatriz Haddad Maia confirmou favoritismo ao superar Laura Pigossi por 2 sets a 0, com parciais de 6/1 e 6/4, no SP Open. Foi a quarta vitória da número 27 do mundo sobre a compatriota em quatro encontros no circuito, agora em cenário de maior visibilidade, transmitindo a sensação de que o tênis feminino brasileiro segue dependente de poucos nomes para atrair atenção. A vitória garantiu vaga nas quartas de final diante da mexicana Renata Zarazua, mas deixou sinais de alerta pela oscilação no segundo set.
Tecnicamente, a partida revelou dois retratos distintos. No primeiro set, Haddad foi contundente: saque agressivo, devoluções profundas e domínio de ritmo. Já no segundo, Pigossi explorou as variações de fundo e quase levou o jogo para o limite, aproveitando os momentos de instabilidade mental da adversária. A brasileira número um não cedeu a quebra decisiva, mas deixou transparecer vulnerabilidade em situações de pressão, algo que tem sido recorrente desde sua saída do top 10.
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O resultado imediato é positivo: Haddad acumula minutos em quadra, ganha ritmo competitivo e mantém esperança de voltar a figurar entre as 20 melhores ainda nesta temporada. Para Pigossi, a derrota repete o padrão de boa reação tardia, insuficiente contra rivais de maior peso. No horizonte, o tênis feminino nacional segue órfão de profundidade: sem uma segunda jogadora capaz de sustentar campanhas consistentes, o país corre o risco de centralizar expectativas em uma atleta que ainda busca consistência.
Sob olhar crítico, Haddad mostrou porque segue como referência, mas também evidenciou porque não consolida salto maior. Sua agressividade inicial encanta, porém a dificuldade em fechar partidas com autoridade mina confiança em duelos decisivos. Pigossi, por sua vez, exibe garra, mas não evolução estrutural para romper o bloqueio técnico. Em 2025, o tênis brasileiro precisa mais do que vitórias pontuais: carece de um projeto sólido que prepare sucessoras para não depender apenas de lampejos individuais.
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