Crespo retorna ao São Paulo com desafio de reerguer Luan
Técnico reencontra base de 2021 e herança de promessas esquecidas
Hernán Crespo está de volta ao Morumbi. Quase quatro anos após levantar a taça do Paulistão de 2021, o argentino assume novamente o comando técnico do São Paulo, reencontrando nomes que marcaram sua passagem anterior, como Luciano e Arboleda. Mas o reencontro mais emblemático pode ser com Luan, volante que marcou na final contra o Palmeiras e que, desde então, perdeu espaço, peso — 12 quilos a menos em 2025 — e protagonismo. Com contrato até 2026, o jogador hoje treina à margem, à espera de uma segunda chance.
Do ponto de vista tático, Crespo sempre apostou em transições verticais e forte presença dos volantes na área adversária. Em 2021, Luan foi peça-chave nesse encaixe, protegendo a zaga e aparecendo como elemento surpresa no ataque. Se quiser repetir a fórmula vencedora, Crespo terá que decidir se aposta na memória do que funcionou ou se entrega o bastão de vez a nomes como Pablo Maia, cada vez mais maduro e já especulado na Europa. A saída recente de Zubeldía deixou um elenco em reconstrução emocional e tática — cenário ideal para o argentino reorganizar o armário tricolor.
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Aqui do lado de cá, onde a gente assiste de longe mas com a atenção de quem já viu muito treinador virar promessa de chuva em tempo seco, é impossível não lembrar de outros "retornos" que não deram em nada. No futebol nordestino mesmo, quantos técnicos voltaram a Bahia ou Vitória e se viram engolidos pela sombra do passado? A verdade é que, em clubes de massa como o São Paulo, memória vira cobrança — e Luan, nesse contexto, representa tanto o peso do ontem quanto a esperança do que ainda pode florescer.
Para Crespo, o reencontro é menos sentimental e mais decisivo. A missão agora é mais espinhosa: manter o São Paulo competitivo num calendário que espreme o elenco e testar até onde vai a paciência da diretoria. Se conseguir recuperar o volante, pode ganhar uma engrenagem valiosa. Se repetir as hesitações de 2021, corre o risco de deixar o Morumbi pela mesma porta — só que sem troféu e sem respaldo. A bola, como sempre, está nos pés dele. Mas, como se diz no sertão, cavalo selado não passa duas vezes.
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