Cruzeiro domina Botafogo no Engenhão e vence com autoridade tática
Equipe mineira define vitória no primeiro tempo e silencia torcedores cariocas
No jogo que abriu o segundo turno do Brasileirão 2025 para ambos os lados, o Cruzeiro mostrou por que briga ponto a ponto com o Flamengo pela liderança. Atuando no Nilton Santos diante de 35 mil torcedores, o time mineiro venceu o Botafogo por 2 a 0 com autoridade, em noite marcada pelo contraste entre organização e improviso. Com gols de Christian e Matheus Pereira ainda na primeira etapa, os comandados de Davide Ancelotti construíram o resultado sem pressa nem susto — e saíram de campo com a mesma pontuação do líder, ficando atrás apenas no saldo. Do lado alvinegro, as vaias ao apito final sintetizaram um desempenho reativo e descoordenado, que já se insinua como padrão em jogos grandes.
O Cruzeiro venceu não apenas no placar, mas sobretudo nas escolhas. Com linhas compactas e transições milimetricamente ensaiadas, a equipe neutralizou as tentativas de construção do Botafogo desde o primeiro terço do campo. O 4-3-3 celeste variava para um 4-5-1 sem bola, congestionando o meio e forçando erros na saída adversária. Assim nasceu o gol inaugural, quando John entregou a bola nos pés de Christian. Pouco depois, em contra-ataque cirúrgico, Matheus Pereira concluiu com frieza e ampliou. O Botafogo, que apostava em Joaquín Correa e Savarino pelos lados, encontrou sempre Fabrício Bruno e Lucas Romero prontos para o desarme. Nem mesmo as alterações de Leonardo Jardim no segundo tempo — com entrada de Arthur Cabral e subida de Montoro — alteraram a cadência cruzeirense, que se impôs sem correr riscos.
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A vitória consolida o Cruzeiro como candidato legítimo ao título. São 37 pontos em 18 jogos, desempenho que mescla regularidade e variações táticas inteligentes. No horizonte próximo, há o CRB pela Copa do Brasil, mas o foco da comissão técnica parece claramente voltado ao Brasileirão, onde a consistência coletiva vem superando elencos mais caros. Já o Botafogo estaciona nos 26 pontos e amarga a sétima posição, com rendimento que oscila entre competitivo e inconclusivo. A equipe sofre para reagir quando sai atrás e mostra limitações no último passe — reflexo de um meio-campo técnico, mas pouco combativo. A sequência, com Bragantino e Fortaleza fora de casa, exigirá resiliência que ainda não se confirmou na temporada.
O Cruzeiro, enfim, parece ter reencontrado um modelo de jogo que valoriza a posse, mas não a idolatra — joga com a bola, mas sobretudo joga com inteligência. O toque europeu de Ancelotti Jr. está menos no sotaque que na sobriedade das decisões. Já o Botafogo dá sinais de que o encaixe promissor do primeiro semestre esbarra em deficiências estruturais: não há linha de cinco ou mosaico 3D que resolva ausência de ideias. E como se diz lá na Bahia, quem joga só com o nome "bate palma para o azar".
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