Ex-goleiro do Sport condenado por estupro reacende sombra sobre 1987

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Ex-goleiro do Sport condenado por estupro reacende sombra sobre 1987

Ídolo do título histórico recebe pena pesada e defesa recorre imediatamente

📷 Reprodução: tnh1

A Justiça de Pernambuco condenou o ex-goleiro Flávio Barros Bruno da Silva, campeão brasileiro pelo Sport em 1987, a mais de 24 anos de prisão por estupro de vulnerável. As sentenças, divulgadas nesta semana, tratam de dois casos distintos envolvendo uma criança de 9 anos e uma adolescente de 13, ambas frequentadoras da escolinha de futebol administrada pelo ex-jogador no Recife. O processo corre em segredo de Justiça, mas já causou forte repercussão em Pernambuco e entre ex-companheiros de clube. A defesa, que recorreu das decisões, afirma que o réu é inocente.

Do ponto de vista jurídico, trata-se de condenações firmes: dez anos e quatro meses em um caso, mais quatorze anos, quatro meses e 21 dias em outro, ambos em regime inicialmente fechado. O magistrado Rodrigo Flávio Alves de Oliveira apontou provas consistentes de violência sexual. A absolvição em uma terceira acusação não diminuiu o impacto das penas somadas. No campo esportivo, a notícia corrói parte da memória afetiva ligada ao título de 1987, já envolto em polêmicas pela disputa histórica com o Flamengo, e agora ainda mais marcado por uma mancha extraesportiva.

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As consequências imediatas são devastadoras para o projeto que o ex-goleiro mantinha há quase três décadas. O "CT do Flávio", que formava centenas de crianças e adolescentes no Recife, encerrou as atividades após a repercussão das denúncias. Para o Sport, a associação entre a imagem do clube e um condenado por crimes sexuais representa desafio adicional: preservar a memória esportiva sem compactuar com atos que ferem a essência de qualquer atividade voltada à juventude. No âmbito social, o episódio reabre a discussão sobre mecanismos de proteção em escolinhas de futebol espalhadas pelo país, muitas vezes sem fiscalização efetiva.

É inevitável reconhecer que o caso transcende a biografia de um ex-atleta. Ele expõe falhas estruturais do esporte de base brasileiro, frequentemente entregue à informalidade e à carência de controles institucionais. A condenação de Flávio deve servir não apenas como punição exemplar, mas como alerta de que a proteção de crianças precisa estar acima da glória esportiva de qualquer ídolo. Em 2025, insistir em relativizar crimes com base em feitos de campo é não entender que a integridade humana deve prevalecer sobre a nostalgia de um título. 

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Sexta, 12 Setembro 2025

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