Em Bragança Paulista, o Flamengo venceu o Red Bull Bragantino por 2 a 1 e quebrou um jejum que durava desde 2004 sem triunfos na cidade. O jogo, válido pela 16ª rodada do Brasileirão, teve roteiro digno de reta final: saiu atrás no início do segundo tempo, reagiu com bola parada de Léo Pereira e fechou a conta com Wesley — justamente em sua provável despedida rumo à Roma. Com o resultado, o Rubro-Negro chega a 33 pontos e segue na cola do Cruzeiro, líder com 34 e um jogo a mais.

No papel, Filipe Luís entregou um time organizado, paciente e capaz de reagir com inteligência. Não foi uma atuação exuberante, mas houve maturidade. A entrada de Wallace Yan, por exemplo, desafogou o lado direito e abriu caminho para a jogada do gol da virada. Wesley, que vinha oscilando, fez talvez sua partida mais decisiva pelo clube. Atrás, Léo Pereira mostrou por que é hoje um dos zagueiros mais influentes do campeonato — tanto pelo alto, quanto na saída limpa.

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Esse Flamengo não encanta como em ciclos anteriores, mas tem cara — e isso, em julho de 2025, vale muito. Em um campeonato nivelado por pragmatismo e elenco curto, o diferencial é quem tem solução coletiva e banco que resolve. O time ainda precisa encaixar melhor Arrascaeta e Luiz Araújo, mas já dá sinais de que o pior passou. A briga pelo topo será ponto a ponto — e jogos como o desta quarta-feira é que fazem diferença lá em novembro.

A despedida de Wesley, se confirmada, fecha um ciclo de altos e baixos com chave de ouro. Nascido na base, cresceu sob pressão e agora sai com moral na mala. Como se diz lá em Ipiaú: "quem planta com paciência, colhe no tempo certo". E o Flamengo, enfim, voltou a colher pontos mesmo quando o jogo aperta. É nisso que se constrói um campeão.