Flamengo domina primeiro tempo, mas cede empate ao Ceará no fim

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Flamengo domina primeiro tempo, mas cede empate ao Ceará no fim

Rubro-Negro perde intensidade após o intervalo e vê liderança ameaçada 

📷 Reprodução: X (Twitter) - CearaSC

Com roteiro que expôs sua dificuldade crônica em sustentar domínio prolongado, o Flamengo empatou por 1 a 1 com o Ceará na noite deste domingo (3), no Castelão, pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro. O gol de Arrascaeta, aos 36 minutos do primeiro tempo, coroava uma atuação técnica e fluida até então. No entanto, a queda de rendimento após o intervalo permitiu o empate dos donos da casa, com Pedro Raul, e escancarou um padrão que já se insinua no segundo turno: posse sem contundência e fadiga coletiva em momentos decisivos. Com o tropeço, o Flamengo chega a 37 pontos, mesma pontuação do vice-líder Cruzeiro, mas mantém a ponta pelo saldo. O Ceará, que mostrou resiliência e ajustes pontuais, alcança os 22 pontos e sobe para a 11ª posição.

A atuação rubro-negra foi marcada por dois tempos distintos. No primeiro, a equipe de Filipe Luís se impôs com ocupação inteligente dos espaços e triangulações rápidas, especialmente pelo setor direito, com Plata e Léo Ortiz. O gol saiu justamente a partir dessa articulação: cruzamento de cabeça do equatoriano e finalização precisa de Arrascaeta, em jogada de rara mecânica coletiva. O Ceará, então acuado, resistia como podia. Após o intervalo, porém, o Flamengo recuou linhas, reduziu a pressão pós-perda e passou a errar passes em série. A entrada de Lucas Mugni aos 45 minutos foi decisiva para a mudança de eixo: com ele, o Ceará encontrou mais posse e ganhou profundidade pelo lado esquerdo. O empate surgiu após escanteio cobrado pelo próprio Mugni, aproveitado por Pedro Raul diante de uma saída desastrada de Rossi. O time carioca tentou reagir nos minutos finais, mas sem convicção nem fôlego.

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O resultado tem implicações significativas para a disputa pelo título. Ainda que permaneça na liderança, o Flamengo dá sinais de oscilação justamente no momento em que Cruzeiro e Palmeiras embalam sequências consistentes. Filipe Luís tem apostado em uma rotação moderada do elenco, mas a queda de intensidade nos segundos tempos revela um desequilíbrio entre proposta e execução — o setor ofensivo, com Bruno Henrique e Samuel Lino, tende a se desconectar quando o bloco médio se retrai. Já o Ceará, que alterna boas atuações com partidas irregulares, dá mostras de recuperação tática sob comando de Léo Condé. A entrada no bloco intermediário da tabela reduz a pressão imediata, mas os confrontos diretos nas próximas semanas — incluindo Grêmio e Vitória — terão peso decisivo para evitar novo flerte com o Z-4.

O Flamengo, dono do elenco mais caro do país e protagonista natural de 2025, segue pecando onde não deveria: na gestão da própria superioridade. Não é raro que inicie partidas em rotação alta e, por estratégia ou exaustão, entregue o controle ao adversário após o intervalo. O Ceará, limitado tecnicamente, soube explorar esse espaço com maturidade — e com algo que, muitas vezes, falta ao time da Gávea: paciência para virar o jogo dentro do jogo. Como se diz em Salvador, quem perde o tempo da rede acaba dormindo no chão. 

 

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Quarta, 12 Novembro 2025

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