Neymar recusa Fluminense e aposta na própria recuperação
Estrela santista prioriza forma física e adia novo Mundial
Na Vila Belmiro lotada por afeto e memória, Neymar revelou ter ficado a um fio de vestir a camisa do Fluminense na Copa do Mundo de Clubes 2025. A proposta existiu, foi considerada com carinho, mas ficou no quase. Segundo o próprio camisa 10, a decisão foi técnica e pessoal: preferiu usar a pausa do Brasileirão para intensificar sua preparação física. Aos 33 anos, depois de enfrentar duas lesões graves em sequência, o craque mostra foco em preservar o que ainda resta de sua genialidade — sem pressa, mas com ambição.
Tecnicamente, Neymar ainda transita entre lampejos e liderança. No jogo festivo promovido por um patrocinador, atuou por 60 minutos com leveza e precisão, como quem diz: "Estou pronto, mas ainda não satisfeito." Sua ausência no Mundial, porém, reabre discussões sobre seu papel no futebol brasileiro atual. Seria ele mais útil dentro de campo ou fora, como símbolo e articulador de bastidores? No Flu de Diniz, sua leitura de espaços teria sido valiosa. Ainda assim, o craque preferiu trabalhar no silêncio, num gesto raro de prudência num cenário que vive de espetáculo.
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Para o torcedor nordestino, acostumado a ver ídolos se queimando por decisões mal pensadas — vide tantos nomes que passaram por Bahia e Vitória em fim de carreira —, a escolha de Neymar soa como um "pé no chão", expressão que aqui na Bahia a gente não usa à toa. Comparado à novela de outros veteranos que insistem em brilhar sob holofotes gastos, Neymar parece ter compreendido que o tempo, às vezes, é melhor parceiro que qualquer contrato. Em pleno 2025, ele busca mais que palco: quer legado.
A renovação com o Santos, prestes a ser assinada até junho de 2026, pode ser o último capítulo desse roteiro com cheiro de casa. Mas o que fica mesmo é a pergunta que paira no ar do futebol nacional: Neymar ainda será protagonista ou optará por se despedir como mestre de cerimônia? Se mantiver o foco que esboçou nesta decisão, pode muito bem fazer as duas coisas — e, quem sabe, encerrar essa trajetória onde ela começou, com bola no pé e cabeça no lugar.
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