Pedrinho admite saída se torcida confirmar rejeição total
Presidente do Vasco reage a xingamentos e cogita renúncia pública
A crise do Vasco em 2025 voltou a ganhar contornos dramáticos após a eliminação da equipe na Sul-Americana diante do Independiente del Valle. Na última entrevista coletiva, o presidente Pedrinho, visivelmente abalado, afirmou que deixaria o cargo caso tivesse "100% de certeza" de que a torcida o considera o maior problema do clube. Eleito em 2023 com forte apelo emocional e esperança de reconduzir o clube à grandeza, Pedrinho agora enfrenta vaias em São Januário e cobranças crescentes diante dos resultados escassos no campo e de uma SAF atolada em dívidas.
Tecnicamente, o Vasco fracassou em sua tentativa de montar um elenco competitivo. Com uma janela de contratações marcada por promessas modestas e reforços de impacto duvidoso, a equipe oscila sem padrão definido, dependendo de lampejos individuais. A base, antes apontada como salvação, vê-se subaproveitada. Pedrinho, que sempre defendeu um modelo de reconstrução gradual, parece ter perdido o fio da meada num clube onde a paciência vale menos que um escanteio mal cobrado. A verdade é que o Vasco precisa de estrutura, mas também de comando — e isso tem faltado.
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A declaração do presidente tem cheiro de desabafo e tom de apelo, mas também expõe uma realidade amarga: a falta de liderança estratégica e a dificuldade de comunicação institucional. Não basta "sentir o clube", é preciso saber governá-lo. Pedrinho, que chegou com ares de renovação, agora se vê no epicentro de uma cobrança sem trégua, típica de clubes com passado glorioso e presente instável. E nesse caldo, o torcedor — esse sim, calejado — não quer lirismo: quer soluções. Se a saída do presidente for mesmo uma possibilidade concreta, será preciso muito mais que comoção para reconstruir o terreno.
O Vasco vive mais uma encruzilhada. Com eleição marcada para 2026 e um contrato de SAF ainda envolto em sombras, o futuro institucional está longe de ser tranquilo. Pedrinho ainda tem tempo e mandato para corrigir a rota — mas precisa, antes de tudo, reconquistar a confiança de quem paga ingresso e canta o hino debaixo de chuva. No futebol, como no sertão, quem vacila perde a boiada.
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