Pesquisa revela apoio dividido à SAFs e Flamengo lidera rejeição
Torcedores escolhem Botafogo como SAF mais bem-sucedida no país
O futebol brasileiro vive um divisor de águas com as Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs). Pesquisa nacional da AtlasIntel, encomendada pelo ge, aponta que 45,1% dos torcedores são favoráveis à adoção das SAFs, enquanto 33,2% rejeitam o modelo e 21,7% seguem indecisos. Cruzeiro e Fluminense lideram a aprovação, ambos com mais de 80%, enquanto Flamengo e Palmeiras puxam a fila dos contrários. A SAF do Botafogo, campeã brasileira e da Libertadores em 2024, foi eleita por 33% dos entrevistados como a mais bem-sucedida, deixando Bahia e Cruzeiro bem atrás.
Tecnicamente, a pesquisa escancara um ponto sensível: a conexão entre desempenho esportivo e aceitação da SAF. Clubes como o Botafogo colhem os frutos imediatos da transformação, enquanto o Vasco amarga rejeição após fracassos administrativos e brigas judiciais. Os torcedores favoráveis enxergam vantagens em governança e capacidade de investimento, mas o modelo ainda enfrenta resistência em praças tradicionais. O Flamengo, com 64,3% de rejeição, e o Palmeiras, com 48,7%, mostram que torcedor satisfeito com gestão associativa não vê motivo para mudar o que está dando certo.
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Se no Rio de Janeiro a SAF virou uma espécie de moda, em São Paulo o cenário é mais resistente. É curioso notar que, mesmo com a Bahia tendo dois clubes SAF (Bahia e Vitória), o debate local ainda não tomou conta das esquinas e das mesas de bar. O Bahia aparece bem avaliado, mas não figura no topo da preferência nacional. O contraste é grande quando lembramos que, nos anos 90, as torcidas brasileiras sequer sonhavam em discutir modelos de gestão — bastava vencer no domingo e estava tudo certo. Hoje, o torcedor, de forma mais crítica e conectada, exige muito mais.
O movimento das SAFs no Brasil, embora irreversível, ainda precisa conquistar corações e mentes. A aprovação entre jovens torcedores é um sinal de que as próximas gerações podem abraçar esse novo formato com mais naturalidade, mas a resistência dos clubes mais vitoriosos indica que a mudança não será homogênea. O futebol brasileiro, que sempre foi um terreno de paixões e improvisos, agora precisa equilibrar a emoção com a planilha. E quem não entender esse jogo novo pode acabar perdendo espaço para quem já aprendeu a jogar com a régua da modernidade.
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