Repórter é alvo de agressão no Galeão
Episódio expõe tensão pré final continental
A repórter Duda Dalponte, da TV Globo, sofreu puxões de cabelo enquanto fazia uma entrada ao vivo no Jornal Hoje na tarde desta quarta feira no Aeroporto Internacional do Galeão. A jornalista acompanhava o embarque de torcedores do Flamengo rumo a Lima para a final da Libertadores quando um grupo atrás dela repetiu agressões visíveis ao longo do link. A profissional tentou manter a transmissão, conversou com o estúdio e só reagiu nos instantes finais ao perceber a insistência do ataque.
O episódio revela um ambiente emocionalmente inflado às vésperas de uma final de grande porte. A tensão que envolve o Flamengo neste momento, combinada ao fluxo de torcedores mobilizados para o AeroFla, cria zonas de vulnerabilidade para profissionais de imprensa que dependem de concentração e mobilidade em espaços abertos. A agressão a uma repórter em serviço também escancara desequilíbrio entre celebração e hostilidade, fator recorrente em grandes eventos quando segurança e controle de entorno se mostram insuficientes.
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As consequências ultrapassam o constrangimento no ar. O caso impõe novo debate sobre protocolos de proteção à imprensa em coberturas com grande afluxo de torcedores. A Globo tende a cobrar respostas e ajustes imediatos das autoridades aeroportuárias e de segurança, enquanto Flamengo e organizadores da viagem ficam pressionados a reforçar orientação e policiamento. Episódios semelhantes costumam gerar repercussão ampla e podem alterar o clima nos dias prévios ao jogo contra o Palmeiras.
A agressão a Duda Dalponte é sintoma de uma escalada de intolerância que se normaliza em ambientes esportivos. A naturalização desse comportamento exige crítica firme e ação coordenada. O futebol não pode aceitar que o entusiasmo pelo clube se converta em hostilidade gratuita. O desafio é simples na teoria e complexo na prática. Garantir que o espetáculo não produza zonas de impunidade e que a imprensa exerça seu trabalho com a serenidade mínima que o jornalismo exige.
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