O São Paulo largou em vantagem nas oitavas de final da Copa do Brasil ao vencer o Athletico por 2 a 1, nesta quinta (31), no Morumbis. Com amplo domínio na maior parte do jogo, o time de Hernán Crespo construiu o resultado com gols de Pablo Maia e Ferreira, mas viu o rival descontar nos minutos finais, em lance isolado que recolocou o Furacão no páreo. O duelo de volta, na próxima quarta (7), em Curitiba, ganhou contornos imprevisíveis — e mais perigosos para os paulistas.

A análise do desempenho tricolor evidencia um paradoxo técnico. O São Paulo controlou a posse (67%) e trocou mais que o dobro de passes do Athletico, com precisão e variações ofensivas — sobretudo pelas movimentações de Rodriguinho, cada vez mais determinante. A equipe mostrou maturidade na recomposição, mas novamente revelou vulnerabilidades em bolas aéreas cruzadas do lado direito, problema reincidente desde o Paulistão. O gol sofrido por Viveros, no apagar das luzes, surgiu exatamente de um descuido posicional nessa zona, o que impõe revisão imediata ao setor defensivo.

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Com o resultado, o São Paulo leva a Curitiba a vantagem do empate, mas também a pressão de sustentar um time que, fora de casa, tem oscilado. O Athletico, por sua vez, sai fortalecido do prejuízo parcial: mesmo com atuação tímida por 70 minutos, conseguiu um gol que muda completamente o clima da volta. A expulsão do técnico Odair Hellmann, por reclamação acintosa, não ajudará no banco, mas o gol fora impõe um roteiro menos ingrato do que o que se desenhava. A classificação, agora, está aberta — e passa mais por equilíbrio emocional do que por estatísticas.

É neste ponto que a crítica deve ir além do placar. O São Paulo, em 2025, tem oscilado entre o brilhantismo em casa e o apagamento como visitante. Há talento no elenco, sim — Ferreira tem sete gols na temporada, e Pablo Maia marcou pela primeira vez, com mérito —, mas a falta de contundência na hora de definir jogos tem custado caro em confrontos decisivos. Manter intensidade até o apito final não é questão tática, é compromisso competitivo. Como se diz na Bahia, quem cochila no campo perde ponto — e, em mata-mata, ponto não volta.