Textor ao demitir Paiva reforça domínio no Botafogo

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Textor ao demitir Paiva reforça domínio no Botafogo

Vitória sobre PSG vira adeus em dez dias de decisão 

📷 Reprodução: X (Twitter) - BoldoriniF

A demissão do técnico Renato Paiva, apenas dez dias após a histórica vitória do Botafogo sobre o Paris Saint-Germain na Copa do Mundo de Clubes, escancara o modus operandi do clube em 2025. Sob o comando do americano John Textor, que acumula altos e baixos entre o futebol brasileiro e sua aventura no Lyon, o Botafogo mantém uma tradição curiosa e controversa: a troca de treinadores em ritmo acelerado, confirmando o "Botafogo way" como expressão de um estilo marcado por decisões abruptas e pouca estabilidade.

Tecnicamente, a saída de Paiva revela um conflito entre planejamento e imediatismo. A aposta inicial no português com perfil mais cauteloso deu lugar à pressa em buscar um modelo mais ofensivo e espetáculo, sob pressão do dono da SAF. O revés contra o Palmeiras foi o estopim para a ruptura, mesmo com o treinador mostrando coerência tática e entendimento das limitações do elenco. O vestiário ficou dividido, e a comunicação entre diretoria e comissão técnica, no mínimo, fragmentada, um quadro que pouco ajuda a construção de um futebol consistente no cenário nacional.

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Regionalmente, o Botafogo segue o roteiro de clubes brasileiros que não conseguem oferecer ambiente propício à construção de projetos duradouros, diferentemente de times como Bahia e Vitória, que, mesmo em crises, tentam cultivar a continuidade para crescer. No Rio de Janeiro, a efemeridade dos treinadores alimenta o famoso "jeitinho", que não raro se traduz em retranca e decisões precipitadas, em contraste com a tradição baiana de buscar estabilidade mesmo diante dos altos e baixos da temporada.

No horizonte, a postura de Textor e do Botafogo serve como alerta para o futebol brasileiro em 2025: a velocidade nas demissões pode até acalmar ânimos momentâneos, mas raramente constrói um legado. A cobrança por resultados imediatos, num campeonato que já viu nove trocas de comando em onze rodadas, traduz um modelo que precisa ser revisto, sob pena de seguir empacando na eterna luta contra a hegemonia europeia, um jogo que, por aqui, ainda se decide muito fora das quatro linhas. 

 

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Terça, 01 Julho 2025

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