Nesta terça-feira (12), bancários se unem em todo o Brasil, pelo Dia Nacional de Luta da categoria. Em Feira de Santana, foi realizada uma manifestação em frente à agência do banco Bradesco, da Avenida Senhor dos Passos, com o uso de faixas e carro de som, chamando a atenção da população para as reivindicações destes trabalhadores.

A presidente do Sindicato dos Bancários de Feira de Santana, Sandra Freitas, relatou em entrevista ao Folha do Estado uma série de abusos que vem sendo praticados pelos bancos contra a categoria e à população.

"Hoje estamos realizando ações pelo Dia Nacional de Luta, em frente ao banco Bradesco, por conta das demissões, fechamento de agências, maus-tratos, assédio moral, o adoecimento da categoria, pela retirada dos caixas e o mau atendimento à população. Hoje as pessoas tentam acessar uma agência para resolver seus problemas e não conseguem, são impedidos de entrar, porque são forçados a buscar os autoatendimentos, a entrar em contato via telefone com a central para resolver, e as pessoas vão ficando com suas demandas acumuladas", afirmou Sandra Freitas.

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A sindicalista ressaltou que em Feira de Santana a agenda de lutas vai continuar nos próximos dias.

"Os bancos são os que mais lucram no nosso país e a contrapartida que dão ao povo é absurda. Por isso os bancários, em todo o Brasil hoje, estão fazendo essa manifestação, exigindo respeito, mais postos de trabalho, para dar um atendimento de qualidade à população. Estamos começando uma jornada de luta nas agências, primeiro no Bradesco da Senhor dos Passos, por conta dos problemas que vêm acontecendo aqui, as denúncias que estamos recebendo de assédio nesta agência, demissões, mas iremos percorrer as outras agências do Bradesco e de outros bancos que estejam cometendo essas ações, a exemplo também do Santander, com o fechamento de caixas e onde também existem denúncias de assédio moral."

Sandra Freitas destacou que muitas pessoas ainda não têm domínio na utilização das máquinas de autoatendimento e os meios digitais.

"Os bancos digitais também estão prejudicando as agências físicas. Obviamente a gente entende que muitas coisas que fazíamos no atendimento presencial muitos estão optando agora por esses meios, porém eles têm que ser uma opção e não uma obrigação. O banco não tem como colocar os serviços digitais como a única forma de atendimento, como acontece hoje. Nós vamos os órgãos de defesa, a Câmara Municipal, para que façamos uma audiência pública para expor à população sobre o que os bancos têm feito, o tratamento inadequado que os bancos vêm dispensando, sobretudo em cidades como Feira de Santana, que muitas pessoas residem na zona rural e não têm acesso a meios digitais e sofrem também com muitos assaltos e roubos virtuais."

Ela alertou ainda para os riscos das operações financeiras feitas somente pela internet.

"Nós temos uma lei da Polícia Federal que exige a presença de vigilantes no espaço do autoatendimento e no interior das agências, e no meio digital você não têm. A gente pode responsabilizar as empresas, mas elas se negam e brigam para não pagar o que fizeram o cliente perder, e quando vêm reconhecer são meses depois, quando o cliente já está com a vida totalmente prejudicada por conta das fraudes que acontecem no ambiente virtual. Então a nossa luta é para que haja mais caixas dentro das agências, disponíveis para atender a população, porque lucro para contratar os bancos têm, e a gente conclama a população para que entre nesta luta conosco."