“Cadê a professora?”: livro de Karine Oliveira dá voz à trajetória de docentes negras e denuncia invisibilidade na educação básica

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“Cadê a professora?”: livro de Karine Oliveira dá voz à trajetória de docentes negras e denuncia invisibilidade na educação básica

Para a autora, "a vida tem a cor que a gente pinta", e reconhecer isso implica aprender a olhar o outro por meio de novas lentes 

Foto:Reprodução

 Lançado na quarta-feira (19), véspera do Dia da Consciência Negra, na Escola João Paulo I, em Feira de Santana, o livro Cadê a professora?, da educadora e pesquisadora Karine Oliveira dos Reis Sousa, emerge como obra fundamental para pensar uma escola antirracista. A publicação, que chega ao público pela editora Frutificando, nasce da dissertação de mestrado da autora — A invisibilidade da professora negra na educação básica de Feira de Santana: a narrativa sobre a nuance do silêncio e do enfrentamento — defendida neste ano.

Karine, que traz na estampa da sua camiseta uma frase de alto impacto — "ser antirracista é mais do que uma escolha, é um compromisso com a humanidade" — explica que o livro tem como ponto de partida uma história ficcional inspirada em vivências reais: uma professora que se vê invisibilizada por uma aluna única e exclusivamente por causa da cor da sua pele. A narrativa, segundo a autora, simboliza não apenas uma experiência isolada, mas um padrão que atravessa gerações e que ainda se manifesta dentro das salas de aula. "O livro nasce de uma professora que tem uma aluna que a torna invisível na sala de aula por conta da sua cor", relata Karine.

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Ela reforça que escreveu a obra a partir de memórias vividas e evocadas ao longo de sua trajetória como gestora nas redes de ensino, onde pôde acompanhar de perto as dores, resistências e conquistas de docentes negras. "Então", completa ela, "eu trabalhei com narrativas de vida de professoras da rede pública e privada do município, trazendo seu contexto histórico, humano, social e como o racismo vem atravessando essa sociedade". Assim, segundo a autora, cada professor ou professora negra tem sua representação nas linhas que seguem tecendo as páginas da obra.

As histórias que inspiram Cadê a professora? escancaram, na visão da pesquisadora, atravessamentos sociais que marcaram a docência dessas mulheres: a narrativa do silêncio imposto, o enfrentamento cotidiano diante do racismo e suas nuances, e os impactos de um sistema educacional ainda estruturado por desigualdades raciais.

Para a autora, "a vida tem a cor que a gente pinta", e reconhecer isso implica aprender a olhar o outro por meio de novas lentes. Dessa forma, Cadê a professora? não é apenas uma obra literária. Para Karine, é também um instrumento de formação, reflexão e transformação. "É preciso aprender a olhar o outro através de novas lentes", concluiu a autora.

 

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