Entre esta segunda-feira (4) e sexta (8), o Centro Municipal de Educação Inclusiva Colbert Martins da Silva realiza a Semana de Conscientização sobre o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). A iniciativa visa sensibilizar a comunidade escolar da rede municipal sobre a importância do diagnóstico precoce e de práticas pedagógicas inclusivas para estudantes com TDAH, ou com suspeita do transtorno.

A programação desta quinta-feira (7) foi marcada por duas rodas de conversa: pela manhã, com os professores do Centro e da rede; e à tarde, com familiares dos estudantes acompanhados na unidade. A proposta é fortalecer o diálogo e o acolhimento em torno de um transtorno que, muitas vezes, ainda é cercado por desinformação.

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"Essa é uma semana que institucionalizamos no Centro com o objetivo de alcançar os professores da rede municipal e as famílias. Queremos tornar pública a necessidade de termos um olhar mais sensível para essas crianças e adolescentes que enfrentam dificuldades específicas na sala de aula, tanto na forma de aprender quanto de se expressar", explica Paula Costa, pedagoga e psicopedagoga do Centro.

A programação foi elaborada por toda a equipe pedagógica da unidade, motivada pelo crescente número de estudantes com diagnóstico de TDAH, ou com fortes indícios, mas ainda sem avaliação formal.

A quinta-feira (7), dia reservado à carga horária dos professores e sem atendimentos regulares, foi estrategicamente pensada para envolver também professores das salas de recursos e das classes comuns da rede municipal, ampliando o alcance da iniciativa.

Conscientizar para incluir

A atividade integra a Semana Nacional de Conscientização sobre o TDAH, instituída pela Lei nº 14.420/2022, que determina a realização de ações educativas e informativas na semana do dia 1º de agosto.

Durante a semana, o Centro promoveu acolhimentos, reflexões em grupo, trocas de experiências e estudos de casos com base em situações vividas no dia a dia da escola. Os encontros abordaram as principais características do TDAH, como a desatenção, a hiperatividade e a impulsividade, com foco em como identificá-las e lidar com elas no ambiente escolar e familiar.

"A desatenção não é falta de vontade. É uma dificuldade involuntária de concentração. Isso precisa ser compreendido para que os estudantes não sejam rotulados ou marginalizados. Eles precisam de apoio, não de punição", reforça Paula.

Da escuta à ação: apoio técnico e humano

O Centro Municipal de Educação Inclusiva oferece acompanhamento pedagógico e psicopedagógico a estudantes com diferentes necessidades educacionais específicas. O atendimento a casos suspeitos de TDAH segue um fluxo definido: a escola encaminha o estudante por meio de um relatório, que passa por triagem no Centro. Após avaliação, são iniciados os atendimentos e, se necessário, feitos os devidos encaminhamentos para a rede de saúde do município.

Além disso, o Centro realiza orientações às famílias, encontros formativos e momentos de escuta coletiva para fortalecer os vínculos e promover o manejo adequado em casa.

"Ser mãe de dois filhos com TDAH mudou minha prática como professora. Humanizou meu olhar. Aqui no Centro, buscamos adaptar os métodos, os processos avaliativos e oferecer apoio com carinho, responsabilidade e escuta sensível", relata Vanuza Pinto, pedagoga e professora da unidade.

Ela destaca ainda que o Centro atua não apenas com intervenções pedagógicas, mas também com psicoeducação e estratégias de adaptação metodológica, sempre visando à inclusão efetiva dos estudantes nas escolas regulares.

"Nosso papel vai além da técnica. Queremos garantir o direito de aprender e de se sentir pertencente. Para isso, precisamos de toda a rede: escolas, professores e, principalmente, as famílias".

A Semana de Conscientização sobre o TDAH continua até sexta-feira (8), com atividades voltadas à formação interna e preparação da equipe para os desafios cotidianos da educação inclusiva.