Chuvas antecipadas elevam otimismo na zona rural para safras de milho e feijão

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Chuvas antecipadas elevam otimismo na zona rural para safras de milho e feijão

Os trabalhadores estão esperançosos em obterem boas safras esse ano 

Crédito: Mário Sepúlveda/FE
As chuvas antecipadas que têm sido registradas em Feira de Santana, estão gerando grande expectativas em termos do reaquecimento do cultivo de alguns produtos tradicionais na mesa do feirense: o milho e o feijão. Mesmo encarando dificuldades como a falta de um melhor sistema de irrigação, os trabalhadores estão esperançosos em obterem boas safras esse ano.

De acordo com Conceição Borges, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Feira de Santana, o ano de 2023 tem sido diferente principalmente por conta das chuvas que têm caído sobre a cidade. "Normalmente se plantava a partir do dia 19 de março, Dia de São José, mas este ano a chuva antecipou e aqueles agricultores que podem preparar o solo fizeram isso e já plantaram. Mas, também temos a tradição de não plantar tudo nesse primeiro momento. Planta-se um pouco, continua no preparo do solo para fazer outros plantios até 15 de julho. A nossa expectativa é boa, porque já começamos com chuva e quando começa assim temos mais ânimo, força, disposição e fé", afirma.

A líder sindical diz que há um problema seríssimo no município que é a falta de sistemas de irrigação e que por isso só plantam no período de chuvas. Além disso, ela alerta que a cultura dos grãos já é considerada de alto risco. "Aqui só produzimos 4 meses por ano, que é o período de chuva que temos. Geralmente quem planta o milho, também planta o feijão. A expectativa também é de fazer um grande plantio de feijão. Apesar que nos últimos anos tivemos muita perda na produção, mas mesmo assim continua-se plantando. Há muitos problemas como a perda de safra, quando planta o feijão o preço não é bom, apesar de ser um prato tradicional, mas para a gente é uma cultura de alto risco com baixa produtividade, mas a gente planta. Feijão e milho são consorciados e vêm das outras culturas, da mandioca, da batata. Quando vem a chuva, fazemos o plantio geral, mas a cultura de subsistência, o feijão e o milho, continua", defende.

OTIMISMO

O agricultor Márcio Santos Lima diz que, tanto ele quanto outros pequenos agricultores de São José, estão otimistas com relação a esta safra. "Esse ano tem que ser melhor, pois infelizmente, ano passado, não fomos muito bem. Acredito que esse ano a colheita será boa. No São João teremos milho tranquilamente, a chuva caiu na hora certa. Quando tem muito milho o preço dele e do feijão cai. Quando não há oferta, o preço volta a subir", diz.

Já Letícia Santiago de Jesus garante o milho das festas juninas, mas avisa que feijão vai demorar. "A expectativa é grande, porque as chuvas prometem um inverno muito bom e estamos preparando a terra. Dá tempo, antes do São João, teremos milho, mas o feijão ainda demora mais um pouco. Após as chuvas, temos que esperar uma estiagem para começar. Temos que preparar com adubo e esterco para plantar", diz.

Terezinha de Jesus Almeida, Diretora do Sindicato dos Trabalhadores Rurais fala das maiores dificuldades do preparo da terra também, por conta do maquinário. "Quem hoje precisa do maquinário, não recebe no período certo que precisa. Outra situação que vem dificultando também é quem prepara a terra de forma manual. Passamos por um período de seca e nesse momento é muito difícil que as pessoas preparem suas terras. Pela chuva que tem caído temos garantia, sim, de ter milho, agora é torcer para que a chuva continue. Sobre o feijão, eu planto o preto e o carioquinha, mas a produção tem caído muito por conta do enfraquecimento do solo e da estiagem", explica. 

 

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