Dia Nacional da Adoção reforça desafios e exclusão de adolescentes no sistema
Maoria dos pretendentes ainda busca crianças pequenas, enquanto jovens acolhidos enfrentam longa espera por uma família
Neste domingo (25), é celebrado o Dia Nacional da Adoção. No Brasil, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), há cerca de 4.700 crianças e adolescentes aptos à adoção, contra mais de 30 mil pretendentes cadastrados. Apesar disso, o número de adoções efetivas é baixo, devido às restrições impostas pelos próprios adotantes, que preferem bebês ou crianças pequenas, sem irmãos ou deficiências.
Em Feira de Santana, a realidade acompanha esse cenário. A cidade tem duas instituições de acolhimento: uma para crianças de até 11 anos e outra para adolescentes de 12 a 17 anos e 11 meses. Ao atingirem a maioridade, eles deixam de ser aptos à adoção, o que reforça a urgência de ampliar o olhar para essa faixa etária.
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A advogada Tailanne Pecorelli, presidente da Comissão de Direito da Família da OAB local, explica que o processo de adoção começa com a habilitação na Vara da Infância, mediante apresentação de documentos e participação em curso preparatório. "Qualquer pessoa pode adotar, desde que tenha aptidão para a parentalidade", afirma.
O cadastro é estadual ou nacional, permitindo a adoção interestadual. Porém, a busca por perfis restritos limita as possibilidades. "A maior rejeição hoje é pela idade. Adolescentes passam anos nos abrigos esperando por uma família aberta a recebê-los", destaca Tailanne.
Para minimizar esse cenário, o programa de apadrinhamento afetivo, como o "Ser Dindo é Massa", do TJ-BA, permite que voluntários ofereçam apoio emocional, profissional ou financeiro a adolescentes acolhidos.
Antes da adoção, no entanto, há a tentativa de reintegração familiar. "Só após a destituição do poder familiar é que o menor se torna disponível para adoção", completa a advogada.
Fonte: Página de Noticías
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