Ex-estudante da Uefs se torna primeira monja zen budista afro indígena de linhagem japonesa

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Ex-estudante da Uefs se torna primeira monja zen budista afro indígena de linhagem japonesa

 A cerimônia de ordenação aconteceu em junho deste ano no templo Shinōzan Takuonji, localizado em Yguazú, no Paraguai.

Foto: Arquivo Pessoal

A baiana Roselí Eliguara Ynaê Araújo, de 39 anos, fez história ao se tornar a primeira monja zen budista afro indígena da linhagem japonesa Soto Zen, uma tradição com mais de 700 anos. A cerimônia de ordenação aconteceu em junho deste ano no templo Shinōzan Takuonji, localizado em Yguazú, no Paraguai. Após o rito, ela passou a ser chamada de Rōzen.

De acordo com o g1 Bahia, Roselí Rozen é natural de Salvador, porém se formou em História pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), onde teve seu primeiro contato com o budismo em 2006. Filha de mãe branca sertaneja e pai com ascendência Kariri Xocó, ela cresceu em bairros de forte diversidade cultural e religiosa, como Castelo Branco e Liberdade, na capital baiana. Sua trajetória é marcada por conexões com religiões de matriz africana e a valorização de seus ancestrais.

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O encontro com a linhagem Soto Zen se intensificou após uma visita ao templo Takuonji, fundado por imigrantes japoneses. Rōzen se encantou com a convivência multicultural da comunidade e decidiu participar de uma vivência de três meses no local. Ao fim do período, foi aceita como aprendiz e, posteriormente, ordenada monja.

A cerimônia foi marcada pela fusão de culturas: a família da nova monja levou acarajé, enquanto os membros da comunidade japonesa prepararam sushi. "Cada um experimentou um pouco. Culturas diferentes podem caminhar juntas", afirmou Rōzen, que se emocionou ao ver a união de suas raízes com a tradição zen.

Atualmente, Rōzen vive no templo no Paraguai, onde realiza meditações, projetos com crianças, atendimentos com acupuntura e ações ligadas ao turismo espiritual. Ela espera inspirar outras pessoas negras e indígenas a se verem representadas nas tradições budistas. "Quero abrir caminho para outras pessoas que se parecem comigo", concluiu.
 

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Segunda, 14 Julho 2025

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