Já a outra passageira Vanessa Conceição, mesmo com programação antecipada, não escapou das filas e atrasos. "Vamos para o São João em Serrinha. Houve dificuldade em comprar passagem, tentamos com três dias de antecedência, mas só encontramos para última hora. O atraso aqui está complicado, estou esperando há duas horas", comentou.

O coordenador da Agência Estadual de regulamentação e Serviços Públicos de energia, Transporte e comunicações (AGERBA), Paulo Andrade, diz que além do coeficiente ocioso, as empresas aumentaram em 30% a capacidade. "O movimento do São João é sempre muito intenso, é um dos períodos mais significativos no terminal. Visto que as pessoas têm costume de viajar ao interior para passar os festejos juninos e, junto a isso, o recesso escolar onde os pais aproveitam e tiram férias. Desde o início da semana que o movimento de pessoas já se intensificou e hoje aumentou ainda mais. Acreditamos que nesta sexta e sábado, aumente muito mais em Feira de Santana. O nosso sistema tem uma capacidade ociosa em torno de 30%, mas essa capacidade não é suficiente para atender a demanda do São João, então foi necessário colocar alguns horários extras que foram disponibilizados pelas empresas desde o início da semana".

Quanto à reclamação de atrasos nas linhas, o coordenador diz que uma festa onde as pessoas viajam todas muito próximas, não é como o final de ano, por exemplo, que tem gente que viaja antes do Natal e outras depois.

"Viajam todas ao mesmo tempo e a maioria são veículos que vem de Salvador para o interior e temos as dificuldades dos gargalos na BR324 que fica com fluxo mais intenso. Ou ainda acontece algum acidente, esses veículos que saem de Salvador acabam atrasando. Ficamos sempre na expectativa que não ocorra nem um problema na BR para que a gente consiga manter a programação. Além disso, as empresas que fazem o transporte em Feira de Santana atendem também a demanda de quem sai daqui para Salvador. Não existe uma frota ilimitada de veículos. O veículo faz a linha para Salvador e depois retorna para fazer linha para o interior. Tentamos minimizar essas questões agregando mais veículos ao nosso sistema. A Agerba autorizou as empresas alocarem veículos de terceiros, que prestam serviço de fretamento entre outras. Este ano temos uma expectativa que está aquém do movimento que era antes da pandemia, ainda não estamos trabalhando 100% no volume de passageiros que costumávamos ter", detalha.

O taxista Isac Souza, conhecido como Ipirá comemora o movimento e lembra que após pandemia, os trabalhadores do entorno estão no melhor momento. "O movimento está bom, está dando para fazer umas corridas, está fluindo. Depois da pandemia é o melhor momento, o que atrapalha a gente aqui, é só os aplicativos que tira 90% do nosso resultado, ainda assim dá para trabalhar", diz.