Mãe de menino com autismo é expulsa de carro por aplicativo

GeralFeira de Santana

Mãe de menino com autismo é expulsa de carro por aplicativo

Denunciante levava filho para sessão de terapia 

Crédito: Divulgação
Uma mulher denunciou ter sido expulsa de um transporte por aplicativo após o filho dela, um menino com transtorno do espectro autista, ficar agitado durante uma corrida, em Salvador.

O caso aconteceu na terça-feira (16), quando Fernanda Martins levava Mateus para a terapia. A mãe do garoto contou que avisou da condição do filho, no momento em que entrou no veículo. "Avisei a ele assim que entrei no Uber, sempre aviso a todos os motoristas, peço um pouco de paciência, que ele é autista e muito imperativo. Avisei e ele ficou calado, não me deu resposta", disse Fernanda Martins.

O motorista pediu para que a passageira segurasse o filho, que fazia movimentos repetidos de levantar e sentar no banco do veículo. O menino começou a chorar após a mãe tentar controlar a criança. "O motorista já foi parando, desligando o carro e foi mandando: 'Desça do meu carro que não vou te levar mais'. Fiquei assustada e falei: 'Como assim, você não vai me levar para a terapia do meu filho?"

Fernanda afirmou que o homem disse para ela pegar um ônibus. "Falei que chamei a corrida porque eu não pego ônibus com meu filho. Ele falou: 'Se vire' e já foi descendo do carro", relatou a mãe de Mateus. A mulher contou que o motorista desceu do carro e abriu a porta para que ela saísse com o menino do veículo. "Eu me afastei dele e disse: 'Você é desumano, eu te avisei que meu filho é especial'. E ele respondeu: 'Eu sou desumano mesmo'".

O motorista deixou Fernanda e Mateus no local, que, segundo ela, era "desconhecido e perigoso". A mulher ligou para o marido, que foi buscar os dois. "Quando cheguei em casa estava muito nervosa, chorei muito porque dói, machuca bastante uma situação dessa", lamentou.

Fernanda entrou em contato com a Uber através do aplicativo e fez um boletim de ocorrência na Polícia Civil. "Logo quando descobri que meu filho era autista, passei por uma situação quase parecida. Da primeira vez eu deixei passar, dessa vez não vou deixar", contou.

A assessoria de imprensa da Uber confirmou a denúncia e informou que busca informações para enviar um posicionamento sobre o caso. A Polícia Civil relatou que vai apurar o ocorrido e a família deve ser intimada, assim como motorista por aplicativo. 

NOTA DA UBER:

"A Uber não tolera qualquer forma de discriminação em viagens pelo aplicativo e reafirma o seu compromisso de promover o respeito, igualdade e inclusão para todas as pessoas que utilizam a nossa plataforma. Temos como política que os motoristas parceiros cumpram a legislação que rege o transporte de pessoas.

A Uber fornece diversos materiais informativos a motoristas parceiros sobre como tratar cada usuário com cordialidade e respeito. A empresa possui um guia que tem como objetivo apoiar os motoristas parceiros com informações sobre como ter interações positivas e respeitosas com usuários que têm alguma deficiência.

Nos casos em que usuários sentirem que o tratamento dado pelo parceiro não foi respeitoso, ou que desrespeitou os termos da lei, ressaltamos sempre a importância de reportarem esses incidentes à Uber, para que possamos tomar as medidas necessárias. Conforme explicitado no Código da Comunidade Uber, casos comprovados de motoristas que adotem conduta discriminatória podem levar à perda de acesso à plataforma.

A respeito do caso da usuária citada na reportagem, o suporte da Uber está acompanhando o tema de perto e tomará as medidas cabíveis."

 

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