Pai acusa médica pela morte do filho e Hospital da Mulher diz que vai apurar

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Pai acusa médica pela morte do filho e Hospital da Mulher diz que vai apurar

A Fundação Hospitalar diz que uma sindicância foi instaurada para apurar o caso 

Crédito: Mário Sepúlveda/FE
Jairo Silva, comerciante feirense, alega negligência médica que ocasionou a morte do filho recém-nascido após parto realizado no Hospital da Mulher de Feira de Santana. O bebê chegou a ficar internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal da do hospital por 15 dias, mas faleceu.

De acordo com os pais, a parturiente deu entrada no Hospital da Mulher no dia 8 de junho, com papéis do pré-natal, onde tinha uma indicação médica recomendando que o parto fosse cesáreo, entretanto, a obstetra plantonista resolveu induzir o parto normal, que aconteceu no dia 9 de junho. Ainda segundo a denúncia, a médica recorreu ao método fórceps, utilizado quando o feto entra em sofrimento por estar em posição anormal ou quando o trabalho de parto é muito prolongado e afeta a oxigenação da criança. Em vídeo postado em redes sociais, Jairo contou detalhes do atendimento e prometeu recorrer a todas instâncias jurídicas, inclusive ao Ministério Público, em busca de justiça pelo filho que faleceu no domingo (25).

"Peço a todos que tiverem, acesso a esse vídeo que compartilhe para assim combater a negligência que aconteceu no Hospital da mulher, em Feira de Santana. Aqui é a fala de um pai muito triste, porque meu filho está internado entre a vida e a morte no Hospital por negligência médica. Eu tomarei todas as medidas cabíveis. A médica é uma negligente! Minha esposa deu entrada para ter a criança com todos os documentos do pré-natal para ser realizado um parto cesáreo e mesmo assim ela disse a minha esposa que iria induzir o parto normal. Com vidas não se brinca. Ela atentou contra duas vidas e feriu toda família", apelou o pai quando o bebê ainda estava internado.

Em entrevista ao portal De Olho na Cidade, o comerciante conta que um dos agravantes é que a mãe usa platina em várias partes do corpo. "Minha esposa usa platina nas pernas e no punho, então tem posições que ela não aguenta, mas mesmo assim foi submetida a diversas posições. E a médica não obteve êxito no parto normal, começou a desferir cortes nela de 2º grau, comprovados em documento. De um dia para outro, ela foi induzida, e mesmo sem condições físicas de passar por um parto normal, foi obrigada", denuncia.

Gilbert Lucas, presidente da Fundação Hospitalar, diz que uma sindicância foi instaurada para apurar o caso. "É um procedimento extremamente técnico de uma conduta médica, a gente tem a responsabilidade abrir a sindicância e diante da sindicância, a comissão com todos os membros (médico, obstetra, enfermeira e a jurídico) que compõe a comissão, vão apurar uma análise de prontuário, porque todo procedimento feito é relatado em prontuário. Tudo será analisado na sindicância! É importante salientar que a responsabilidade de uma emergência é do médico plantonista que conduz o atendimento e a avaliação. Como a gente é uma unidade de porta aberta, recebemos muitas gestantes que tiveram acompanhamento durante a gestação que é o pré-natal e outras não. O Hospital da mulher é uma unidade que mais realizou partos em toda Bahia nos últimos anos. A obstetrícia, como qualquer outra cirurgia, tem um percentual. Graças a Deus, temos mais de 99% dos partos com resultados positivos", diz.

A Fundação Hospitalar em nota diz ainda que, para garantir transparência e imparcialidade na investigação do caso, a Fundação Hospitalar autorizou que a abertura da sindicância seja publicada na edição desta terça-feira (27), do Diário Oficial Eletrônico do Município.

"A sindicância contará com a participação de profissionais competentes e isentos, visando uma apuração rigorosa e justa. Reforçamos nosso compromisso com a segurança e o bem-estar dos pacientes, bem como com a qualidade dos serviços prestados pelo Hospital da Mulher. Estamos empenhados em esclarecer todas as circunstâncias que envolvem esse caso. Reafirmamos nosso comprometimento em manter a família informada sobre os desdobramentos da investigação, assim como os resultados obtidos por meio da sindicância. Buscaremos a máxima celeridade no processo, sem comprometer a qualidade da apuração". 

 

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Quinta, 16 Mai 2024

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