Procon reúne escolas e pais de alunos para prevenir práticas abusivas na volta às aulas
Evento tratou sobre listas de materiais escolares, reajustes de mensalidades e outros temas ligados à volta às aulas de 2026.
Cerca de 86 escolas da rede particular de Feira de Santana foram convidadas a participar, na manhã desta quinta-feira (4), de um encontro com diretores e coordenadores das unidades, bem como pais e responsáveis, a fim de se atualizarem sobre o que preconiza o Código de Defesa do Consumidor acerca das listas de materiais escolares, reajustes de mensalidades e outros temas ligados à volta às aulas de 2026.
O evento, realizado no Teatro Margarida Ribeiro, no bairro Capuchinhos, foi uma iniciativa da Superintendência Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de Feira de Santana, em parceria com o Procon Bahia e a Subsecção da OAB Feira.
O Superintendente do Procon Feira, Maurício Carvalho, destacou em entrevista ao Folha do Estado, que as escolas foram orientadas também sobre a Portaria nº 29, publicada pelo órgão em 11 de novembro, a qual regulamenta as práticas escolares, a fim de garantir o direito dos consumidores.
"Abordamos aqui não apenas a questão da lista de materiais, o que pode e o que não pode, mas também a questão de reajustes nas mensalidades, fardamentos, atividades extracurriculares, mostramos a necessidade de todas as escolas remeterem para o Procon a lista de materiais e a cópia do contrato, para vermos se está há alguma cláusula abusiva e o plano de execução pedagógica. Tudo isso é importante para que a gente tenha a dimensão do que está sendo pedido e o que está sendo executado."
📱 Faça parte do canal do Folha do Estado no WhatsApp
Maurício Carvalho lembrou que em 2024 cinco escolas do município foram autuadas por não entregarem os documentos solicitados pelo órgão ou por apresentarem irregularidades.
"Nosso objetivo não é punição. Por isso estamos realizando um evento como este para fazer a interlocução, prestar esclarecimentos e debater, para que as escolas entendam que, mesmo aquelas menores de bairro, são uma empresa com uma relação de consumo. E a partir de janeiro também faremos uma fiscalização nas papelarias, lojas de produtos voltados às escolas, e vamos divulgar a lista dos materiais mais demandados com preço e locais", enfatizou.
O diretor de fiscalização do Procon Bahia, Iratan Villas Boas, salientou que Feira de Santana tem um Procon muito atuante e é uma cidade estratégica no que diz respeito às ações do órgão, para fiscalizar as relações de consumo.
"O Procon estadual costuma monitorar essas ações. Os consumidores precisam dessa proteção especial, e é importante que os postos de combustíveis sejam fiscalizados, as escolas, os supermercados, os serviços públicos, tudo para que o consumidor tenha uma vida mais tranquila e respeitosa. E o Procon Bahia fornece aos prepostos municipais instrução, materiais, para que possam fortalecer a política de defesa do consumidor, pois o sistema é único."
Para a presidente da Comissão de Proteção e Defesa do Consumidor, Evelyn Matos, o evento promovido pelo Procon e os demais órgãos é de suma importância para se evitar a judicialização entre pais e as escolas.
"Este evento é para conscientizar os pais, neste período em que a gente sabe que há um consumo de livros e materiais, e para orientar as escolas sobre como cobrar esses materiais, o que é permitido, o que não é, para evitarem desgastes futuros, e os pais se dirijam até o Procon com reclamações ou recorram à judicialização ao buscar um advogado da sua confiança."
Para ela, o principal ponto do evento é fazer com que as escolas evitem práticas abusivas, como a venda casada.
"Por exemplo, vender um módulo e falar que esse material só pode ser vendido dentro da própria escola, ou solicitar materiais como papel higiênico. E se essa escola solicitar esse tipo de material, como papel higiênico ou algodão, ela precisa especificar no plano escolar qual a atividade que será realizada em sala", explicou a advogada.
Comentários:
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.