Programa Corra para o Abraço volta atuar em Feira de Santana

GeralNova unidade

Programa Corra para o Abraço volta atuar em Feira de Santana

O equipamento dispõe de equipe multidisciplinar

Crédito: Mário Sepúlveda/FE

O Programa Corra pro Abraço, vinculado à Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (SEADES), inaugurou na quinta-feira (13), uma nova unidade em Feira de Santana. A unidade atuará para contribuir na garantia dos direitos e o cuidado integral às pessoas que fazem uso abusivo de substâncias psicoativas e se encontram em situação de rua, estão em conflito com a lei ou em situação de vulnerabilidade social e econômica extrema no município. O equipamento dispõe de equipe multidisciplinar composta por redutor de danos, psicólogo, assistentes sociais, educador físicoe jurídico e arte-educador.

Jéssica Bastos, coordenadora de ações do Programa ressalta que o Corra para o Abraço não substitui serviços sociais já existentes. "O Corra Para o Abraço é vinculado à Superintendência de Políticas de Drogas (SUPRADES), ligado à SEADES. A gente faz um trabalho de redução de danos com populações vulneráveis, pessoas em situação de rua e juventude periférica que são os mais impactados com o processo de criminalização do uso de drogas. Temos uma equipe multiprofissional, que faz a entrega de insumos na rua e desenvolve atividades de arte educação com as pessoas que estão no contexto das ruas. Nós não somos um serviço substitutivo e então buscamos conectar redes com os serviços já existentes, possibilitar o acesso para pessoas que têm dificuldade de acessar direitos. Buscamos ajudar os serviços de saúde e justiça, emitir documentos. A ideia é garantir direitos e resgatar a dignidade humana", detalha.

Bastos diz ainda que a vinda para Feira de Santana marca um processo de territorialização do programa que completa agora 10 anos. "Já estivemos na cidade em 2017/2018 e agora a gente retorna com essa proposta, considerando Feira um grande centro urbano, com muitas pessoas em um contexto de vulnerabilidade e situação de rua. A gente está em processo de mapeamento e reconhecimento deste espaço para estabelecer os lugares onde realizaremos ações", conta.

Jussara Silva que já foi beneficiada com ações do programa destaca que a abordagem acolhedora faz toda diferença. "Eu acho um programa promissor, pois escuta e ajuda de verdade. Não tem esse negócio de porque a pessoa está bebendo ou em uso das substâncias, deixar de atender. A pessoas que está ali no vício de drogas e bebidas é porque tem problemas e, muitas vezes, não tem quem escute. Sempre fui muito bem acolhida. O Corra fechou e agora está de volta, quando eu precisava sempre estava ali. Imagino que deve ter sido uma guerra muito grande para implantar o programa aqui novamente. Sempre indico o Corra para todos".

Daniela Matias, delegada da Delegacia do Adolescente Infrator (DAI), salienta que a maioria dos menores infratores são vulneráveis. "É uma ação que a gente realmente tem que comemorar bastante, um órgão, mecanismo voltado para pessoas em vulnerabilidade, para uma juventude, sobretudo, onde há bastante necessidade desse tipo de ação. Feira de Santana é um município muito carente de assistência social, escolar, uma atitude bastante louvável. Infelizmente, grande parte das pessoas, falando especificamente dos jovens que chegam a cometer atos criminais, falando sobre a ótica da DAI, percebemos que é um público realmente vulnerável. Eles são de locais que atravessam muita dificuldade, sem estrutura. Em muitas vezes a família não está presente, são pessoas que, muitas vezes, foram abandonadas pelos responsáveis, que não tiveram oportunidade de estudo, curso profissionalizante".

Gabriel Oliveira, Superintendente de Políticas sobre Drogas, diz que é muito importante essa inauguração no sentido de fazer com que o programa ganhe um alcance mais estadual. Ele conta que até tiveram uma experiência na Feira, mas foi curta e rapidamente interrompida.

"Trazer novamente para Feira que é o segundo maior município, grande centro urbano, e também levar para Vitória da Conquista que é o terceiro, significa um passo muito importante. O programa costuma superar muito as metas estabelecidas por um simples motivo que, nos últimos anos, tivemos um cenário de desmonte absoluto das políticas sociais. Em Salvador, por exemplo, em dois anos, a gente fez 9 mil atendimentos de pessoas diferentes. Se contabilizarmos atendimentos feitos para a mesma pessoa, o número sobe para 24 mil só em alguns territórios da capital. Aqui em Feira a equipe está fazendo uma leitura de território para saber os principais pontos de incidência. Sobre receptividade, este é um programa em que o público mais confia. Fazemos um encaminhamento para que, mesmo em situação de vulnerabilidade, a pessoa ache uma porta. Seja acessando o programa Bolsa Família, encaminhamento jurídico, dentre outros", detalha. 

 

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Quarta, 15 Mai 2024

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