Ialorixá e filha de Mãe Menininha, morre Mãe Carmen do Gantois

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Ialorixá e filha de Mãe Menininha, morre Mãe Carmen do Gantois

Mãe Carmen comandava o Ilé Ìyá Omi Àṣẹ Ìyámase, conhecido Terreiro do Gantois, que foi fundado em 1849.

Foto: Divulgação

Morreu na manhã desta sexta-feira (26), em Salvador, aos 98 anos, a ialorixá Carmen Oliveira da Silva, mais conhecida como Mãe Carmen do Gantois ou Mãe Carmen de Oxalá.

A líder religiosa estava internada no Hospital Português, devido a uma forte gripe. Ela era a filha mais nova de Mãe Menininha do Gantois e completaria 99 anos na próxima segunda-feira (29). 

Mãe Carmen comandava, desde 2002, o terreiro Ilé Ìyá Omi Àṣẹ Ìyámase, conhecido Terreiro do Gantois, que foi fundado em 1849. O espaço religioso é reconhecido como um dos mais tradicionais do país. 

Consagrada a Oxalá, desde quando tinha 7 anos de idade, quando foi iniciada no Candomblé, a religiosa lutou fortemente pela preservação e valorização das tradições de matriz africana na Bahia.


O velório de Mãe Carmen será realizado nesta sexta-feira (26), no Terreiro de Gantois. O sepultamento está previsto para ocorrer sábado (27), no Cemitério Jardim da Saudade, na capital baiana.


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Em nota, a Secretaria Estadual de Cultura da Bahia (SecultBA) manifestou seu pesar pela morte da liderança religiosa. 

Veja na íntegra:

"A Secretaria Estadual de Cultura da Bahia (SecultBA) lamenta o falecimento de Mãe Carmen, Ialorixá do Ilé Ìyá Omi Àṣẹ Ìyámase, mais conhecido como Terreiro do Gantois.

A formação dos pilares da cultura afro-brasileira passa pela força dos terreiros. Lideranças como Mãe Carmen são cruciais nessa construção social que preserva tradições, ancestralidade e atos de cuidado e acolhimento com as comunidades.

A passagem de Mãe Carmen reafirma o impacto de sua trajetória, marcada por devoção, coragem e serviço ao candomblé. Além disso, reforça a sua relevância familiar e matriarcal no axé. Ela é filha de Mãe Menininha do Gantois, uma das ialorixás mais importantes da Bahia.

"Mãe Carmen será lembrada sempre pelo seu legado de fé, espiritualidade e luta pelas religiões de matriz africana. É uma liderança religiosa que fortalece a nossa cultura e nossas lutas por igualdade. Tenho certeza de que seu legado será assegurado por filhas e filhos de santo, que seguirão na manutenção da tradição no Terreiro do Gantois", comentou o secretário estadual de Cultura, Bruno Monteiro.

A SecultBA se solidariza com familiares, amigos, filhas e filhos de santo, e toda comunidade religiosa e cultural."
 

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