Trabalhadores por aplicativo na Bahia têm menor rendimento médio do Brasil

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Trabalhadores por aplicativo na Bahia têm menor rendimento médio do Brasil

Eles trabalham 19,3% a mais e ganham, por hora, 2,4% menos do que a média 

Crédito: Reprodução/EPTV

Em 2022, os trabalhadores por aplicativo na Bahia tinham o menor rendimento médio do país e, embora ganhassem por mês mais do que a média do setor privado, tinham uma jornada profissional semanal tão maior, que o rendimento recebido por hora de trabalho deles ficava abaixo do registrado para a população ocupada em geral.

No quarto trimestre do ano passado, enquanto o rendimento médio mensal real das pessoas ocupadas no setor privado, na Bahia, era de R$ 1.477 (o terceiro mais baixo entre os estados), as pessoas que trabalhavam por aplicativo de serviços ganhavam, em média, R$ 1.719 por mês - um valor 16,4% maior, mas o mais baixo do país.

No Brasil como um todo, o rendimento médio mensal do setor privado era R$ 2.513, enquanto as pessoas que trabalhavam por aplicativo ganhavam 5,3% a mais: R$ 2.645. Os maiores rendimentos médios mensais para trabalhadores por aplicativo estavam em Mato Grosso do Sul (R$ 5.155, 83,4% acima da média do setor privado no estado, a maior diferença do país), Tocantins (R$ 3.741, 77% acima da média, 2a maior diferença do país) e Paraná (R$ 3.602, 28,5% acima da média).

Em 8 das 27 unidades da Federação, os trabalhadores por aplicativo ganhavam menos do que a média do setor privado. As diferenças para baixo eram mais representativas no Rio de Janeiro, onde quem trabalhava por aplicativo ganhava R$ 2.559, 11,8% menos do que a média, São Paulo (R$ 2.907, -10,3%) e Roraima (R$ 1.829, -9,4%).

Se em 19 dos 27 estados, os trabalhadores por aplicativo tinham rendimento mensal maior, em todos eles esses profissionais trabalhavam mais horas por semana do que a média. Na Bahia, quem trabalhava por aplicativo tinha uma jornada média semanal de 44,6 horas, pouco mais de 7 horas ou 19,3% maior do que a jornada dos profissionais do setor privado em geral, que era de 37,4 horas.

E a Bahia tinha apenas a 11a maior diferença, num ranking liderado por Ceará (onde os trabalhadores por aplicativo tinham jornada semanal de 46,3 horas, 25,5% maior do que a média do setor privado), Pará (46,6 horas, 24,9% maior) e Rio Grande do Sul (50,8 horas, a maior jornada do país, 24,8% acima da média do setor privado).

No Brasil como um todo, os trabalhadores por aplicativo tinham uma jornada média de 46,0 horas por semana, 6,4 horas ou 16,2% maior do que a média do setor privado, que era de 39,6 horas de trabalho por semana.

Assim, com um rendimento 16,4% maior, mas com uma jornada profissional semanal 19,3% acima da média, o rendimento por hora dos trabalhadores por aplicativo na Bahia ficava 2,4% abaixo do recebido pelos profissionais do setor privado em geral: R$ 9,6/hora frente a uma média geral de R$ 9,9/hora.

No Brasil como um todo, o rendimento/hora dos trabalhadores por aplicativo era 9,4% menor do que a média do setor privado: R$ 14,4/hora frente a R$ 15,9/hora. Essa era a situação de 14 dos 27 estados. As diferenças para menos mais significativas estavam em Roraima (-26,6%), São Paulo (-22,4%) e Rio de Janeiro (-21,2%). A Bahia ficava com a 13a posição.

Por outro lado, dentre os estados em que os trabalhadores por aplicativo ganhavam mais do que a média, por hora de trabalho, as maiores diferenças para cima estavam em Mato Grosso do Sul (+77,3%), Tocantins (+64,2%) e Rondônia (+37,6%). 

 

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Quarta, 01 Mai 2024

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