Exames para dengue, zika e chicungunya são realizados normalmente em Feira de Santana

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Exames para dengue, zika e chicungunya são realizados normalmente em Feira de Santana

Lacen informou desabastecimento de determinados insumos que são utilizados para realizar a sorologia

Crédito: Divulgação

Recentemente, o Laboratório Central de Saúde Pública do Estado da Bahia (Lacen/BA) informou o desabastecimento de determinados insumos que são utilizados para realizar a sorologia da dengue, chikungunya e demais arboviroses. Além disso, também foi anunciada a falta dos reagentes para exames de RT-PCR que detectam, simultaneamente, a zika, a dengue e a chikungunya (ZDC).

Segundo a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), o Comitê Gestor de Recursos Laboratoriais (CGLab) atribuiu essa falta à guerra na Ucrânia e ao lockdown, na Ásia, em consequência da pandemia da covid-19, pois a matéria-prima dos insumos é produzida naquela região.

O Folha do Estado conversou com o secretário municipal de Saúde, Marcelo Britto para saber a respeito dessa situação em Feira de Santana e de que forma esse quadro afeta a cidade, assim como quais as medidas estão sendo tomadas para amenizar essa falta, visto que, com a época de maior incidência de chuvas, há uma propensão ao aumento de casos das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

Segundo Marcelo Britto, Feira de Santana está desabastecida de insumos apenas para a realização de alguns tipos de teste em específico. "Estamos sem o insumo de IgM para dengue e chikungunya, isso significa que realmente há uma certa dificuldades para realizar o exame ideal para a detecção dessas doenças", diz o secretário de Saúde.

Entretanto, os exames para a detecção da doença têm sido realizados. "Em compensação, o que temos feito é realizar o teste RT-PCR para a detecção dessas doenças, que podem detectar com muito êxito após o quinto dia de sintomas, isso para dengue. Para a chikungunya, estamos fazendo o IgG. É uma explicação um pouco mais técnica para a população em geral, mas o que podemos dizer às pessoas que procurem o posto de saúde mais próximo de suas residências ou que procurem o seu profissional médico e lhe informe que o serviço público de Saúde no momento não dispõe de testes IgM para dengue e chikungunya, para que ele possa prescrever outro tipo de exame, como o RT-PCR e o IgG", explica Britto.

O enfermeiro Edy Gomes dos Santos, coordenador do Núcleo Regional de Saúde do Centro Leste, em Feira de Santana, afirma que a falta não configura problema para o diagnóstico da dengue e nem de nenhuma outra arbovirose.

Segundo ele, a dificuldade na aquisição desse reagente que está em falta, especificamente, é contornável. "Esse reagente é fornecido pelo Ministério da Saúde, mas o Laboratório Central de Saúde Pública do estado da Bahia (Lacen/BA) e a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) conseguem realizar o exame para a detecção dessas doenças sem problemas, contanto que a coleta seja feita após o quinto dia de apresentação dos sintomas", diz o coordenador.

Ele explica que se o sague for colhido até o quinto dia de sintomas, o teste RT-PCR pode ser feito para a detecção da doença, sem prejuízo algum. Inclusive, do ponto de vista da credibilidade do diagnóstico, esse tipo de exame é até mais qualificado e considerado de padrão ouro para a detecção da dengue e demais arboviroses.

"Não há motivo para pânico e é preciso tranquilizar a população de Feira de Santana quanto a isso. Mesmo com a chegada da época de chuvas, quando há um considerável aumento no número de casos das arboviroses - que são as doenças contraídas por vírus transmitidos, principalmente, por mosquitos -, não há motivo para preocupação. Basta que todos os processos sejam respeitados e se deem dentro dos critérios exigidos: Coleta após os primeiros cinco dias de apresentação de sintomas, que é realizada nas unidades da rede municipal de Saúde; o cadastro no Sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL); o devido preenchimento da ficha de notificação e o envio correto das amostras", pondera Edy Gomes.

Edy Gomes ainda explica que, a depender do cenário a se enfrentar, não há necessidade de se enviar os testes de todos aqueles que apresentem sintomas da doença. "Se há um determinado número de pessoas que habitam uma mesma região e todas apresentam os mesmos sintomas e há uma confirmação laboratorial de que boa parte está doente, o médico pode perfeitamente dar o diagnóstico pelo critério clínico epidemiológico", explica o coordenador do Núcleo Regional de Saúde.
 

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Sexta, 17 Mai 2024

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