Mães de crianças autistas adaptam Natal e Ano Novo para evitar que filhos entrem em crise

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Mães de crianças autistas adaptam Natal e Ano Novo para evitar que filhos entrem em crise

Muitas mães mudam a rotina das festas  

Mudança de rotina com grandes encontros, aglomeração, luzes, música alta e barulho de fogos podem ser estressantes para as crianças com Transtorno do Espectro Autista | Crédito: Acervo pessoal

O encontro com a família, a troca de presentes, as luzes e as músicas tão tradicionais no Natal e no Ano Novo são encantadores para a maioria das pessoas. Porém, para as crianças com Transtorno do Espectro Autista todo o encanto pode se tornar um estresse. Para manter as tradições e evitar as crises dos pequenos, muitas mães mudam a rotina das festas e adaptam os estímulos visuais e sonoros, para que as crianças também aproveitem as celebrações.

Kátia Bacelar é mãe de Pedro, que completa neste domingo, 16 anos e de Pietro, de 10 anos, o mais novo foi diagnosticado com TEA logo nos primeiros anos de vida e desde então, tem buscado formas de fazer com que o pequeno sinta-se confortável no convívio em família e sociedade, de acordo com ela a época de final de ano é uma das mais difíceis. “Pietro segue uma rotina diária, então, quando temos que quebra-lá, a gente precisa explicar com antecedência que vamos sair, quando vamos, para que ele vá internalizando. A escolha do local para sair é sempre um que tenha menos gente, um local mais tranquilo, pra que ele se adapte melhor, tem ambientes que ele chega e fica tranquilo, e outros ele fica mais nervoso, então, precisamos de uma análise prévia sobre tudo”, elucidou. 

A Luana Rodrigues, que é mãe de cinco crianças, três delas com autismo, conta que a decoração da casa, as músicas e os horários das celebrações são adaptados para eles. A ceia e a troca de presentes com a família é sempre cedo, para respeitar a rotina que eles já estão acostumados. 

A decoração de Natal também é reduzida para não incomodar os pequenos. “Eu não coloco muita coisa na árvore, o pisca-pisca vou colocar só no dia de Natal”, explicou Luana.

Já a Gheyse Cavalcanti conta que o que mais incomoda a filha de 3 anos é o barulho, principalmente de fogos. Por isso, ela evita sair nessas ocasiões ou avalia bem o ambiente aonde ir. 

“A gente evita alguns locais por conta do barulho”. A mãe contou que a experiência da filha com os fogos foi traumatizante no último réveillon, mesmo dentro de casa. “Ela passou 40 minutos com as mãos no ouvido, e foi muito desconcertante”. Para este ano, Gheyse conta com um abafador de ruídos, para aliviar o incômodo da filha. “A gente conseguiu um abafador de ruídos para amenizar, mas mesmo assim, não estou segura em levá-la para rua ou celebração, o nosso planejamento é ficar em casa”, disse a mãe.

Veja dicas para evitar crises em pessoas com TEA:

Informar para o autista que vai existir um barulho e como será;

Ir para locais silenciosos;

Utilizar abafadores de ruído;

Antecipar como será a rotina das festas ou comemorações;

Não forçar interações sociais;

Não forçar para que o autista vá para locais com muitas pessoas;

Preferir horários em que os locais estejam com menos pessoas;

Orientar os familiares a respeito do contato com a pessoa com TEA 

 

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Terça, 16 Abril 2024

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